A Smart não é mais pertença exclusiva da Mercedes-Benz AG, uma vez que em 2019 os alemães venderam 50% à Geely Holding, do chinês Li Shufu, que não só é o maior accionista da Mercedes, como é ainda dono da Volvo, Polestar, Lotus, entre outras companhias. A entrada dos chineses visou permitir à Smart transformar-se num construtor de veículos eléctricos, não a partir de plataformas (Fortwo e Forfour) concebidas para veículos com motor de combustão adaptadas à electrificação, como até aqui, mas já com chassis específicos para eléctricos, capazes de optimizar os argumentos desta tecnologia.
O primeiro modelo desta renovada Smart será um SUV com 4,29 m, 1,91 m de largura e 1,70 m de altura, mais próximo pois do EQA da Mercedes (4,46 m, 1,83 m e 1,62 m), do que do actual Smart Forfour (3,49 m, 1,66 m e 1,55 m). O SUV da Smart é para já conhecido como Smart #1, modelo que deriva directamente do protótipo Smart Concept #1 que foi apresentado ao público no IAA Mobility, o salão automóvel que em 2021 decorreu em Munique.
De acordo com a agora designada Smart Automobile Co., o Smart #1 conjuga “o nome da marca com o símbolo #, associado a modernidade na era digital e às redes sociais”, o que certamente será apelativo para muitos dos seus clientes. O SUV chinês terminou recentemente os testes de Inverno, no norte da China, em que enfrentou temperaturas de 40ºC negativos.
O SUV, para fazer justiça ao seu estatuto de modelo mais versátil e apto a incursões pela natureza, dentro de certos limites, deverá começar por propor versões mais baratas, com apenas um motor – resta saber se montado à frente ou atrás, consoante as opções do construtor –, aliás similares ao que a Mercedes também usa no seu topo de gama EQS. Mas não são de descurar versões do Smart #1 com um motor por eixo, para assim usufruir de tracção integral e poder lidar melhor com pisos escorregadios. O Smart #1 deverá surgir no mercado ainda antes do final de 2022.