As taxas de juro na zona euro podem subir não uma mas, sim, duas vezes antes do final de 2022, disse esta quinta-feira Klaas Knot, o governador do banco central dos Países Baixos que é um dos membros do Conselho de BCE. Se a taxa de inflação continuar a subir, em relação aos 6,2% calculados pelo Eurostat relativamente a fevereiro, então a autoridade monetária poderá ter de agir rapidamente.

Em declarações citadas pela agência Bloomberg, o responsável sublinhou que não faz sentido tentar ser “demasiado preciso” com as projeções, dado o elevado nível de incerteza na economia, mas pelo menos uma subida das taxas de juro poderá ser necessária para tentar controlar a taxa de inflação, que é “a maior preocupação neste momento” na zona euro.

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Discutindo a possibilidade de a autoridade monetária subir as taxas de juro ainda em 2022, Klaas Knot considerou que “é uma expectativa realista, embora não seja de todo uma certeza“. Klaas Knot emergiu nos últimos meses como um dos maiores “falcões” do BCE, uma expressão utilizada na gíria dos bancos centrais para descrever alguém tendencialmente mais cauteloso em relação aos riscos de inflação e aos problemas gerados por uma política monetária demasiado expansionista.

O BCE continua sem dar qualquer indicação concreta sobre se as taxas de juro podem subir este ano, mas Knot diz que “não se pode excluir que possa haver dois aumentos este ano“, o que pode acontecer se “os próximos indicadores económicos apontarem para uma nova revisão em alta das projeções de inflação no médio prazo”.

Nesta fase, os mercados de futuros de taxas de juro apontam como cenário mais provável que o BCE venha a aumentar a taxa de juro uma vez, em 25 pontos-base, até outubro – expectativas que flutuam a cada dia conforme as mensagens que são transmitidas publicamente pelos responsáveis do BCE, sobretudo Christine Lagarde, a presidente.

Esta quinta-feira, Lagarde admitiu que a inflação nos países da zona euro poderá exceder 7% em 2022, devido ao impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços da energia e dos alimentos.

Inflação da zona euro pode exceder 7% em 2022 devido ao impacto da guerra