O Brasil registou 145 casos de violência não letal contra 230 jornalistas ou meios de comunicação em 2021, um número ligeiramente inferior ao de 2020 (150 casos), uma média de 2,8 incidentes por semana, segundo um relatório.

O relatório divulgado esta terça-feira pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (ABERT) sobre “Violações à Liberdade de Expressão”, que a entidade elabora anualmente, mostrou que a violência contra os media foi levemente reduzida no Brasil entre 2020 e 2021, mas que ainda há um número de casos considerados alarmantes e que levaram o país pela primeira vez a destacar-se na lista “vermelha” do ranking de Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras.

Apesar da redução no número de casos de violência não letal contra os media, o número de jornalistas ou meios de comunicação que foram alvo de tais ataques subiu 21,69% no ano passado, de 189 em 2020 para 230 em 2021.

O Brasil não registou nenhum assassínio de jornalistas em 2021, algo que aconteceu apenas uma vez (2019) desde que a ABERT começou a fazer estatísticas, há uma década.

A associação esclareceu que se absteve de incluir como homicídio o caso do radialista Wéverton Rabelo Froes, baleado em abril do ano passado, porque o crime ainda está a ser investigado e o motivo da sua morte não foi determinado.

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“A ABERT espera que este não seja mais um caso insolúvel de assassínio de jornalista e lembra que qualquer ameaça contra um profissional de comunicação deve ser investigada e as medidas necessárias devem ser adotadas”, afirmou a associação.

A principal forma de violência não letal contra a imprensa no ano passado no Brasil foram as ofensas, com 53 casos (queda face aos 59 ataques registados em 2020), seguidas de agressões físicas (que caíram de 39 casos em 2020 para 34 em 2021).

Já as denúncias de intimidações subiram de 25 para 26 casos e as ameaças subiram de 10 para 12 registos, segundo o relatório da ABERT.