O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) afirma que a falta de pilotos contribuiu para o cancelamento de voos da TAP no fim de semana, de acordo com um comunicado interno, a que a Lusa teve acesso.
“A informação disponível diz-nos que houve, pelo menos, seis cancelamentos à saída de Lisboa durante o fim de semana, ainda que alegadamente nem todos relacionados com pilotos. Como sabemos, estes cancelamentos resultam em prejuízos avultados para a TAP, com os quais o SPAC não se regozija, imputáveis à gestão e nunca aos pilotos”, referiu o sindicato.
Na mesma nota, o SPAC disse estranhar que “no primeiro fim de semana de implementação do calendário de verão IATA, apesar das irregularidades externas, tenha havido tanta necessidade de contactos a pilotos em folga/férias, ou até convites para comandantes operar à direita”.
A estrutura sindical referiu que “demonstrou-se que, havendo pilotos a mais”, não haveria “claramente voos TAP cancelados por falta de pilotos”, recordando que “foram despedidos pilotos TAP no final do ano passado, alguns já reintegrados por ordem judicial e que não estão a trabalhar por opção expressa da TAP”.
O SPAC indicou ainda que as notícias que referem que o cancelamento do voo Milão-Lisboa da manhã de segunda-feira “se deveu aos problemas técnicos na NAV são claramente falsas“.
Na segunda-feira, fonte oficial da NAV disse à Lusa que uma falha do sistema que afetou um dos radares do aeroporto de Lisboa provocou alguns atrasos nos voos, mas que foi possível aterrar todos os voos previstos, sendo que um avião da TAAG que fazia a ligação Luanda-Lisboa teve de ser desviado para o aeroporto de Sevilha.
“Nos últimos dias assistimos a uma demonstração de união, de alinhamento de ideias, de partilha da causa comum, como há muito não se sentia na classe, do Oficial piloto mais recente ao comandante mais experiente”, garantiu o SPAC, no comunicado, sublinhando que “nos diversos fóruns de pilotos esteve patente o sentimento de injustiça que paira sobre os pilotos da TAP, resultado do esmagamento incomparável de condições face aos restantes trabalhadores”.