A ilha de São Jorge, nos Açores, registou “um incremento da frequência diária de sismos” relativamente aos últimos dias, mas as flutuações são normais nas crises sismovulcânicas, informou nesta quarta-feira o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

“Estamos com aquilo que era previsível, com algumas flutuações naquilo que é a energia libertada pelo sistema vulcânico de Manadas”, disse o presidente do CIVISA, Rui Marques, em declarações aos jornalistas, no “briefing” para atualização da crise sismovulcância em São Jorge, que começou a 19 de março.

Segundo o responsável, “depois de sete dias com alguma tendência crescente da frequência diária de sismos”, na segunda-feira houve “um ligeiro decréscimo”, mas até às 10h00 desta quarta-feira ocorreu “um novo aumento da frequência diária de sismos”.

Ainda assim, durante esta quarta-feira “ainda não há sismos sentidos pela população enquadrados na crise sismovulcânica de São Jorge”, acrescentou.

Rui Marques reiterou que essas “flutuações” na atividade sísmica “são normais das crises sísmicas” que vão ocorrendo “nas várias zonas sismogénicas dos Açores”.

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Desde a crise em São Jorge, que se iniciou há um mês, já foram contabilizados “quase 29.700 sismos”, segundo o presidente do CIVISA.

“Normalmente, uma crise sísmica com a quantidade de sismos que esta crise tem, não é expectável que acabe de um momento para o outro. Estas flutuações são também normais deste tipo de sistema”, sublinhou.

Questionado sobre os abalos que têm sido registados em São Miguel e Terceira, Rui Marques esclareceu que “são sismos pontuais”, assegurando que o CIVISA continuará a acompanhar a situação “como faz para as 50 zonas sismogénicas dos Açores diariamente, 24 horas por dia”.

“Não são crises sísmicas. Depois destes sismos não temos um evoluir da situação com mais sismicidade associada”, assinalou.

No “briefing” de hoje Rodolfo Romeiro, do Comando Operacional dos Açores (COA), explicou que se mantém na ilha de São Jorge o dispositivo com “as mesmas capacidades pré-posicionadas” desde o início da crise sismovulcânica, havendo “ajustes” de acordo com o evoluir da situação e rotação de elementos.

Na terça-feira, foi realizado “o reconhecimento e validação” de alguns locais, já previamente identificados, para “zonas de aterragem” de um helicóptero em caso de uma eventual evacuação, indicou.

A ilha de São Jorge mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.