Um dos professores acusados de assédio pelos alunos da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, João Freitas Mendes, deixou de dar aulas nesta instituição de ensino, noticiou o Correio da Manhã e confirmou o Observador junto da direção da instituição.

Ao Observador, Paula Vaz Freire, diretora da Faculdade de Direito, adiantou que a decisão foi do professor. “Atendendo ao contexto, que é do conhecimento público, o docente entendeu não ter condições para dar aulas”. Para já, “a Faculdade vai proceder ao apuramento dos factos em sede de processo de inquérito”, acrescentou a diretora.

Professor acusado de assédio escreveu sobre casos da Faculdade de Direito no site do Bloco de Esquerda

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De acordo com as denúncias avançadas pela CNN no início desta semana, João Freitas Mendes tentava contactar as alunas da universidade através das redes sociais, sugerindo encontros. O docente assistente de Filosofia do Direito entrava nos grupos de conversas das turmas que lecionava e, quando não conseguia uma resposta favorável às suas propostas ou convites, partia para a humilhação, chamando-as de “prepotentes e arrogantes”.

Nas redes sociais, João Freitas Mendes defendeu-se esta quarta-feira, dizendo que as notícias que têm sido divulgadas não são verdadeiras. “Não aceito que denúncias anónimas possam servir para vinganças pessoais”, escreveu.

Quando ainda não eram conhecidas estas denúncias, o professor assistente João Freitas Mendes chegou a escrever um artigo de opinião no site esquerda.net — órgão oficial de comunicação do Bloco de Esquerda –, em que abordava diretamente as queixas feitas por alunos daquela instituição. No texto “Antiguidade e lei da selva”, João Freitas Mendes referiu que “as denúncias de assédio [naquela faculdade] não surpreendem” e defendeu que “o abuso de poder é uma constante em instituições abertas, quanto mais em instituições fechadas”.

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A Faculdade de Direito recebeu 50 denúncias de assédio moral e sexual, feitas de forma anónima. O relatório referente a estas denúncias foi então enviado pela direção da faculdade para o Ministério Público.