A derrota do Benfica no dérbi na Luz frente ao Sporting e o surpreendente desaire na jornada seguinte em Setúbal parecia ter deixado os encarnados numa posição delicada em relação ao título numa temporada em que tudo se resolveria na fase regular. No entanto, o triunfo caseiro com o FC Porto, quebrando uma série de 59 vitórias e 71 jogos seguidos no Campeonato sem derrotas dos dragões, teve o condão de abrir de novo as contas do primeiro lugar. Agora, a seis jornadas do final, novo dérbi no Pavilhão João Rocha iria ter um peso determinante nas contas havendo ainda mais um Sporting-FC Porto e outro FC Porto-Benfica.

Os leões chegavam a este dérbi com nove vitórias seguidas no Campeonato, a qualificação para a Final Four da Taça de Portugal, uma derrota pela margem mínima frente ao Magdeburgo na Taça EHF que mostrou as competências da equipa também a nível europeu e uma motivação extra daquelas que têm sido as grandes figuras da temporada, Martim e Francisco Costa, que foram determinantes no apuramento de Portugal para o Mundial com o triunfo nos Países Baixos. Agora, com um triunfo, os leões dependiam apenas de si para voltarem a ganhar o título, tendo esse fator casa num jogo decisivo diante do FC Porto.

“Todos os jogos são importantes. Os dérbis também o são mas tem a mesma importância de todos os que tivemos até agora. Sabíamos que, se quiséssemos lutar até ao fim, não podíamos falhar. É difícil descobrir pontos fracos na equipa do Benfica. Têm uma equipa pesada com pivôs muito fortes nos bloqueios, têm atiradores como o Djordic, o Grigoraș ou o Lazar Kukic. Não é fácil mas do nosso lado também temos as nossas armas e a nossa forma de defender. Vai ser preciso estar bem no ataque, na defesa e nas transições. Não nos podemos focar num aspeto do jogo e descurar os outros. Para ganhar ao Benfica, temos de jogar bem. Para jogar bem, temos de estar bem em várias fases do jogo”, destacara o técnico Ricardo Costa.

Já os encarnados atravessavam a melhor fase da época, não só pelos 12 triunfos consecutivos na Liga mas também, ou sobretudo, pela exibição de gala na Luz com o Montpellier que valeu a passagem aos quartos da Taça EHF com boas perspetiva de poder chegar a uma Final Four europeia. No entanto, e apesar de todo esse trabalho realizado após a derrota em Setúbal, a equipa não podia perder pontos no dérbi em Alvalade sob pena de hipotecar quase por completo as ambições de chegar ainda ao título nacional.

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“Temos expetativas altas, queremos vencer o jogo. Sabemos o que o Sporting pode fazer, quais as suas fraquezas e vamos procurar explorar isso. Acreditamos muito no que fazemos e se fizermos as coisas bem podemos ganhar o jogo. Têm muita pressão neste jogo, vão em primeiro lugar, mas têm mais jogos. Se perderem este desafio as coisas tornam-se complicadas para eles. Estamos focados no que temos de fazer, queremos fazer bem o nosso trabalho para vencermos o jogo”, salientara o lateral Belone Moreira.

Entre alguns excessos nas bancadas, nomeadamente uma tocha acesa que num recinto fechado tem ainda maior gravidade tendo em conta o fumo que provoca, melhor promoção para a modalidade seria difícil de encontrar: emoção, intensidade, muita qualidade de internacionais portugueses e estrangeiros, curtos avanços de um golo do Sporting sobretudo na primeira parte, vantagens de três golos do Benfica perto do intervalo e no segundo tempo e a decisão a surgir apenas no minuto final do encontro, com os leões a estarem na frente por 31-30, os encarnados a darem a volta com um sete metros de Djordic que fez o 32-31 e Francisco Costa, a cinco segundos do final, a fazer o empate que deixa as contas do título em aberto mas complicou a situação do Benfica e colocou como ainda mais decisivo o próximo Sporting-FC Porto.

Em atualização