Não estava no Estádio do Dragão mas foi um dos nomes mais ouvidos durante toda a noite. Não estava no Estádio do Dragão mas foi referido por mais do que uma vez na festa. Não estava fisicamente presente mas estava um pouco por todo o lado. Nos cânticos dos milhares de adeptos, no reconhecimento nas palavras de Sérgio Conceição e Pepe, nas frases que estavam no acesso ao palco que diziam “40 anos a celebrar”.

Após ter estado na Luz a ver o jogo, e de ter passado pelo balneário no final, Pinto da Costa parou com mais elementos da Direção e pessoas próximas na Mealhada e acabou por não estar na festa na madrugada de sábado para domingo. Esta tarde, festejou mais um título nacional, neste caso o bicampeonato do voleibol feminino após vitória no Dragão Arena com o Leixões. E falou depois ao Porto Canal sobre a vitória na véspera do futebol, entre algumas “farpas” e “recados” para homólogos no desporto e políticos do país.

“Felicitações? Do Rui Costa não recebi, nem do Varandas. O Varandas ainda deve estar a pensar que vai ser campeão, ainda deve ter esperanças… Não recebi, também não senti a falta. Agora, recebi de muitos dirigentes, de antigos dirigentes e antigos jogadores, tanto nossos como de outros clubes. Ontem não tive mãos a medir para responder a todas as mensagens”, comentou o líder portista.

“Do Presidente da República não recebi nada. Do Governo recebi através de um outro diretor, do secretário de Estado do Desporto [João Paulo Correia], que mandou os parabéns. De resto, não recebi nada. Aliás, o senhor primeiro-ministro teve o cuidado de felicitar o FC Porto, os treinadores, os atletas e os adeptos, e teve o cuidado de pôr de parte os dirigentes. Considero-me felicitado apenas numa pequena parte, porque sou adepto, mas, como presidente, considero que fui propositadamente excluído, o que não me faz diferença nenhuma”, acrescentou ainda a propósito das felicitações (ou não) pelo feito.

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“A vitória no Campeonato resultou de uma época feita de muita consciência, ponderação e uma unidade incrível entre todos. Não foi por acaso que inventámos o slogan ‘Juntos Venceremos”‘, estivemos sempre todos juntos. Quando assim é, quando se quer e se tem o valor que os nossos técnicos e jogadores têm, tem tudo para poder dar certo. Foi muito bom, muito justo. Mesmo os mais aziados tiveram de reconhecer que a nossa vitória foi justa, foi bonito. E sobretudo porque adoro ver estas manifestações de 50.000 pessoas, como ontem [madrugada de domingo] estiveram à volta do estádio, porque muitas delas têm uma vida difícil e encontram nas vitórias do FC Porto momentos de felicidade enorme, como se nada lhes faltasse. E isso enche-me a alma, dá-me um prazer enorme”, referiu sobre o 30.º Campeonato.

“Rivais? É evidente que em todos os campeonatos há pelo menos três equipas que pensam que o podem ganhar. Umas vezes ganha um, outras vezes ganha outro. Nós, felizmente, tivemos três vitórias nestes cinco anos e não tivemos mais por motivos anormais. Tenho que estar satisfeito e tenho que dar uma grande palavra de agradecimento e reconhecer o mérito do Sérgio Conceição, da sua equipa técnica e dos jogadores todos. Todos deram o máximo e só assim é possível vencer”, reforçou o número 1 do clube.

“Acho que o poder político tem aquela mentalidade de que Portugal é Lisboa. E quando Sporting ou Benfica vencem, fazem uma festa, recebem-nos, fazem discursos… Quando o FC Porto, que não é de Lisboa, ganha, o Presidente da República aproveita para dizer que façamos a festa e dá os parabéns ao Sporting, ao Benfica e ao Braga, porque é quarto. Mas isso é perfeitamente normal num país que é ridiculamente centralista. É óbvio que não podemos esperar mais do Presidente da República e do primeiro-ministro”, apontou ainda Pinto da Costa, nas declarações prestadas ao Porto Canal na noite deste domingo.

“Próxima época? A próxima época já está a ser preparada. O Sérgio Conceição já pensa na Taça de Portugal, mas eu ainda tenho outros objetivos, no voleibol (entretanto consumado), no andebol… Como presidente de todas as modalidades, reconhecendo que o futebol é a grande paixão de todos os portistas, a minha intenção é que se ganhem títulos em todas. No futebol, é a Taça o próximo objetivo para conseguirmos a dobradinha, e quando acabar a Taça vamos logo pensar na Supertaça”, frisou.

“A continuidade do treinador não é assunto, uma vez que ele tem contrato de dois anos e sempre disse que queria ficar, cumprir o contrato, por isso não é assunto. A época vai ser preparada não através de jornais como outros fazem mas nos nossos gabinetes com a maior descrição possível. O que é preciso é que nos mantenhamos todos juntos, dirigentes, atletas, treinadores, adeptos, que também são muito importantes. A demonstração que o clube deu nos últimos dias, tanto em Lisboa como depois aqui no FC Porto, foi fantástica”, concluiu o presidente dos azuis e brancos ao canal do clube.