A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) reconhece que atualmente há mais casos de alergias e lembra a necessidade de fomentar um diagnóstico correto e a importância de manter a doença controlada, cumprindo as terapêuticas.
A propósito da Semana Mundial da Alergia, que arranca esta segunda-feira, o presidente da SPAIC, Manuel Branco Ferreira, sublinhou que “as patologias alérgicas, desde que controladas (…) não devem interferir significativamente com a qualidade de vida”.
Questionado sobre se o facto de a população ter andado de máscara devido à pandemia pode ter influência no aumento das alergias respiratórias, disse que a relação é especulativa.
Na Semana Mundial da Alergia, subordinada ao tema “Respirar Melhor – a relação entre a asma e as outras doenças respiratórias”, a SPAIC vai promover diversas iniciativas online onde em cada um dos dias dois alergologistas falam sobre dois temas e respondem a perguntas da audiência.
A asma, a diferença entre ter eczema ou pele atópica, o que anda no ar e provoca alergias, as vacinas para as alergias e as alergias alimentares são os temas em análise.
O presidente da SPAIC explicou que a alergia tem tendência genética e lembrou que as pessoas que têm vários familiares com problemas de alergia têm mais tendência para as desenvolver.
No entanto, frisou, “qualquer pessoa pode desenvolver alergias, se houver uma conjugação de alguns fatores, como uma exposição pontual muito intensa a uma determinada situação”.
O especialista recordou ainda que há alergias que começam (ou podem começar) na infância, como as respiratórias, mas outras manifestam-se mais na idade adulta, como as alergias a medicamentos.
“A alergia alimentar pode começar na infância, mas também há muita alergia alimentar que começa na idade adulta, a alimentos que as pessoas sempre comeram e que, a partir de determinado momento, há uma mudança na sua [do organismo] forma de responder (…) que, de um momento para outro, potencia o aparecimento da alergia”, afirmou.
De acordo com Manuel Branco Ferreira, “uma vez que aparece, a tendência é para continuar”, a não ser que se consiga modificar a resposta do organismo com as vacinas para a alergia.