Max Verstappen ainda passou pela frente, Sergio Pérez andou com o melhor tempo, Charles Leclerc ficou mais uma vez com a pole position, tornando-se neste caso o primeiro piloto a conseguir ser o mais rápido na qualificação em mais do que um ano em Baku naquele que foi o quarto triunfo a um sábado seguido depois de Miami, Espanha e Mónaco. No entanto, ser o mais rápido não tem resultado propriamente num ganho direto na corrida e era essa a tendência que o monegasco queria contornar num circuito urbano do Azerbaijão onde a pole não é garantia de uma prova tranquila ao contrário de outros traçados.

Um Ferrari ainda com mais asas do que dois Red Bull: Leclerc consegue quarta pole seguida no Grande Prémio do Azerbaijão

“Todas as poles sabem bem mas esta não esperava porque a Red Bull estava forte. Consegui uma boa última volta. A gestão de pneus será fundamental e a corrida vai ser interessante também por esse aspeto”, frisara Leclerc. “Tive um problema no motor que me fez sair mais tarde da garagem mas vai ser uma corrida longa e podem cometer-se muitos erros”, tinha referido Pérez, segundo na grelha de partida em Baku. “Cometi pequenos erros, não foi o resultado que queria mas o nosso carro deve estar bom para muitas voltas”, dissera Verstappen, que saía de terceiro. Tudo em aberto na oitava corrida do ano, tudo alterado antes da chegada à primeira curva com os Red Bull a confirmarem que estavam bem melhores.

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Leclerc nem teve uma má saída mas Pérez foi mais rápido, colocou-se na frente para a curva 1 e assumiu a liderança do Grande Prémio tendo ainda Max Verstappen a tentar aproveitar uma travagem mais brusca do Ferrari para se mostrar para a segunda posição. Não conseguiu aí, conseguiu pouco depois: Carlos Sainz saiu a direito numa curva de novo com a fiabilidade do carro a dar problemas (tornando-se a primeira desistência), Leclerc demorou mais três segundos do que previsto depois de ver o macaco prender na parte da frente do carro, os dois Red Bull tinham caminho livre para consolidarem a sua liderança.

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Agora surgiam os mesmos dilemas que tinham existido no Mónaco para a equipa que lidera o Mundial de construtores, com o pai de Max Verstappen, o antigo piloto Jos, a apontar o dedo à formação austríaca por um alegada favorecimento para a vitória de Pérez e o diretor Chris Horner a defender que não há pilotos com estatutos especiais dentro da Red Bull e que têm de pensar primeiro naquilo que a equipa pede e não no que querem para si. Será mesmo assim? Alguns consideram que não e a 15.ª volta trouxe o neerlandês a saltar para a frente da corrida na reta com pedidos na comunicação para que Pérez não resistisse.

A passagem dos Red Bull pelas boxes para a primeira troca de pneus colocou Leclerc no primeiro lugar e com um ritmo forte com os novos pneus duros que tinha colocado mas um mal nunca vem só e a Ferrari voltou a ter mais um fim de semana para esquecer que começa a colocar em sério risco não só as hipóteses de ter um piloto a lutar pelo título como as possibilidades de lutar pelo Mundial de construtores: como já tinha acontecido no Grande Prémio de Espanha, aí com o monegasco na frente e a dominar por completo, o carro voltou a ter problemas, deitou fumo pela traseira, perdeu potência e parou na 20.ª volta. A passadeira estava estendida para os dois Red Bull, já muito distantes do Mercedes de George Russell.

Duas palavras voltavam a escrever a corrida de Leclerc: “Problemas, motor…”. E eram essas palavras que iriam retirar o segundo lugar no Mundial (que podia ser o primeiro), estendendo a passadeira para mais uma dobradinha da Red Bull com as posições estabilizadas mais atrás para Russell, Pierre Gasly e Lewis Hamilton no top 5 depois de ter ultrapassado Tsunoda. Vettel, Fernando Alonso, os dois McLaren de Ricciardo e Lando Norris e Ocon rodavam nas posições seguintes de uma prova que, além dos dois Ferrari, tinha perdido também Zhou (Alfa Romeo) e Kevin Magnussen (Haas), neste caso com grande parte dos pilotos a aproveitarem o safety car virtual para passarem pela boxes para o último terço de corrida.

A única alteração substancial até ao fim seria mesmo a subida de Hamilton a quarto por troca com Gasly, naquele que foi o melhor resultado do antigo campeão mundial desde a Austrália. Lá na frente, Verstappen confirmou a saga no Grande Prémio do Azerbaijão, tornando-se o quinto vencedor diferente depois de Ricciardo, Hamilton, Valtteri Bottas e Sergio Pérez e dando a terceira vitória à Red Bull contra duas da Mercedes. Russell conseguiu o terceiro pódio e o oitavo top 5 noutras tantas provas realizadas em 2022.

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Com isso, o neerlandês passou a ter 150 pontos, mais 21 do que Pérez e mais 34 do que Leclerc, que tem o britânico George Russell apenas a 17 pontos de distância na quarta posição. No entanto, a principal nota no final da corrida foi mesmo a forma como Lewis Hamilton saiu do carro, com visíveis dores nas costas em mais uma prova de que as oscilações nos carros que os pilotos se queixam estão a deixar marcas…