Os treinos livres debaixo de um calor abrasador que estava ainda pior este sábado em Baku foram deixando algumas surpresas ao longo de três sessões, do sétimo lugar de Tsunoda nos TL1 à quarta posição de Alonso nos TL2, passando pelos postos 5-6 dos McLaren de Lando Norris e Daniel Ricciardo nos TL2. Lá na frente, alguma alternância mas sempre entre os mesmos: Sergio Pérez a ser mais rápido em duas sessões, Charles Leclerc a dominar os treinos livres do meio, a promessa de que a qualificação iria ser mais uma provável batalha entre os dois mais rápidos do momento num circuito onde os resultados recentes tendem a mostrar que sair da pole position está longe de significar um primeiro lugar depois em corrida.

Quando uma casa é arrombada pela própria equipa: Pérez vence e Leclerc falha o pódio no Grande Prémio do Mónaco

Com quatro pódios nas últimas cinco corridas, entre uma vitória e três segundos lugares, o mexicano saiu da sombra do campeão mundial Max Verstappen mas o triunfo no Mónaco levantou ondas de contestação do lado neerlandês, a começar pelo pai (e antigo piloto) Jos. “A Red Bull conseguiu um bom resultado mas ao mesmo tempo exerceu pouca influência para ajudar o Max a colocar-se à frente. O Max é o líder do Campeonato e a estratégia escolhida não o ajudou. Foi tudo completamente a favor do Checo [Pérez]. Isso foi dececionante para mim e gostava que tivesse sido diferente para o líder do Mundial”, queixou-se. “Não é nem a equipa do Sergio Pérez nem do Max Verstappen, é a equipa da Red Bull. Eles trabalham para a equipa e as suas ambições vêm atrás das coletivas”, comentou o diretor Chris Horner.

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Do lado da Ferrari, existia quase uma resposta a dar não do piloto à equipa mas da equipa ao piloto, depois de um Grande Prémio do Mónaco que terminou com Leclerc fora do pódio por culpa do conjunto italiano e de uma estratégia errada que chegou a dizer para ir para as boxes e afinal continuar em pista… em menos de cinco segundos (e sem hipótese de correção de trajetória). Se em Espanha o piloto monegasco andou a cumprimentar todos os elementos da equipa depois da falta de energia que o obrigou a desistir quando a vitória parecia um dado adquirido, na “sua” prova os sinais de frustração foram evidentes.

Era com estas duas histórias paralelas que se iria realizar a qualificação e a corrida no Grande Prémio do Azerbaijão, uma aparente luta entre duas equipas e dois pilotos que se poderia alargar a quatro pilotos e uma terceira equipa. E a competitividade até à Q3 mostrou como será difícil apontar um favorito.

Depois de uma Q1 retardada alguns minutos depois de uma saída de Lance Stroll que levou à bandeira vermelha, o corte deixou de fora os dois Williams (com Albon de novo melhor do que Latifi), os dois Haas (com Magnussen a cair nos últimos segundos por troca com Bottas) e o Aston Martin do canadiano. Entre os primeiros lugares, os dois Red Bull tinham os melhores registos com Verstappen na frente, seguiam-se os dois Ferrari com Leclerc em terceiro e uma luta interessante pela quinta posição. Gasly levava vantagem nessa batalha mas os Ferrari saltaram para a frente na Q2 antes de uma saída de Vettel que provocou nova ligeira interrupção e novo melhor registo de Pérez, a superar-se no segundo setor à frente de Leclerc. De fora ficaram os dois McLaren (Norris e Ricciardo), os dois Alfas Romeo (Zhou e Bottas) e Ocon (Alpine).

A primeira volta lançada colocou Sainz e Leclerc na frente de Pérez e Verstappen mas percebia-se na Red Bull que a história do Mónaco não tinha chegado ao fim, com o neerlandês a questionar a equipa o porquê de sair primeiro depois do que o companheiro de equipa. O melhor estava ainda por chegar: Leclerc teve uma volta canhão de 1.41,359, Verstappen ainda ficou na primeira linha da grelha mas desceu para terceiro lugar por troca com Pérez e Sainz acabou na quarta posição. George Russell, Pierre Gasly, Lewis Hamilton, Tsunoda, Sebastian Vettel e Fernando Alongo fecharam o top 10 da qualificação no Azerbaijão. O monegasco conseguiu a quarta pole position seguida, depois de Miami, Espanha e Mónaco.