O decisivo Sporting-Benfica no Campeonato de hóquei em patins, o jogo 5 da meia-final do playoff onde quem ganhasse estava apurado para a decisão com o FC Porto, foi um dos melhores e mais eletrizantes encontros da temporada com os encarnados a ganharem no prolongamento por 7-5 com bis de Edu Lamas depois de Romero ter levado a partida para tempo extra com o empate apenas a sete segundos do final. No entanto, durante e depois, o dérbi no Pavilhão João Rocha ficou marcado por intervenções policiais que levaram a duas detenções, incluindo a de um vogal da Direção leonina, Miguel Afonso.
Entre a primeira parte e o intervalo registaram-se as duas situações iniciais, primeiro com a retirada de uma bandeira na zona onde costumam estar as claques verde e brancas (com muitos elementos a entrarem no recinto já com o encontro em andamento) e depois com uma intervenção policial a retirar das primeiras filas da bancada central elementos afetos a uma outra claque leonina, que ocuparam a mesma posição onde já tinham estado no jogo 3 da meia-final frente ao Benfica sem que existisse qualquer ação.
No final da partida, a polícia teve uma intervenção mais forte na bancada atrás da baliza onde estava a maioria dos elementos das claques verde e brancas, entrando também na bancada central do recinto. Esse movimento levou a que fossem feitas várias detenções e identificações perante os pedidos de calma que chegavam até dos próprios jogadores do Sporting. Foi também nesse momento que Miguel Afonso, vogal da Direção do clube de Alvalade, questionou as autoridades do porquê daquela ação sem que o mesmo acontecesse na bancada onde estavam os adeptos encarnados, numa conversa que escalou de tom e que fez com que também ele fosse detido e identificado. O jornal Jogo avança que Afonso foi mesmo conduzido ao Comando Central da Polícia de Segurança Pública, em Moscavide, com os outros detidos.
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“Face a comportamentos inadequados para com os jogadores e equipa de arbitragem, reiterados durante o jogo e visando prevenir agressões e eventuais interrupções do jogo, houve necessidade de afastamento de alguns adeptos do Sporting que se encontravam por detrás dos bancos de suplentes. Em momento próximo do fim do jogo, este grupo de adeptos começou a avançar para junto dos Polícias e a empurrar a manga da zona técnica, tendo sido necessário aumentar a área de segurança através do afastamento dos adeptos daquele local, criando-se assim condições de segurança para os próprios Polícias e para a saída dos jogadores e equipa de arbitragem, em momento posterior”, explicou o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública em comunicado.
“Foram detidas duas pessoas, uma por injúrias a Polícia e outra por resistência e coação quando se retirava uma tarja que camuflava a deflagração de pirotecnia na bancada, tendo neste caso havido necessidade de intervenção policial naquela área para concretizar a detenção e garantir a segurança dos Polícias envolvidos dado que um grande grupo de adeptos tentou impedir a detenção, a retirada da tarja e do detido. Foram retirados do pavilhão e identificados nove adeptos do Sporting e um adepto do Benfica por comportamentos inadequados”, acrescentou ainda a mesma missiva emitida esta segunda-feira.
“Continuamos em pé e saímos ainda mais fortes. O que nos aconteceu nesta-meia final e nos cinco jogos deverá fazer refletir quem comanda a modalidade. Hoje até adeptos nossos foram desalojados da primeira fila, agredidos, ao intervalo, porque alguém bem conhecido, da praça, o solicitou. Inaudito e como nos lembramos como temos sido tratados noutros ambientes com pavilhões cheios e nunca as forças da ordem nos deram proteção. Quando se perde a concentração naquilo que devia ser o jogo, criam-se narrativas que justificam a atuação deplorável neste quinto jogo. Continuamos fortes e contra tudo e contra todos havemos de voltar ao lugar que é nosso! Cada vez mais orgulho em ser Sporting!”, escreveu nas redes sociais Gilberto Borges, diretor do hóquei em patins leonino, sem falar em nomes em específico.