Emmanuel Macron tornou-se em abril deste ano o primeiro presidente reeleito em França nos últimos 20 anos (mesmo que com números que fizeram soar alarmes), menos de dois meses depois teve uma vitória com sabor a quase derrota na primeira volta das legislativas gaulesas mas continua particularmente atento a tudo o que envolva futebol. Em relação a Kylian Mbappé, que esteve com pé e meio no Real mas ficou no PSG, foram várias as conversas do líder francês com o avançado; agora, o foco passou a ser Zidane.

Chamadas por Skype com Florentino, casa em La Moraleja, quatro contratos feitos: o que fez Mbappé ficar no PSG (e o papel de Qatar e Macron)

“Não, não falei com ele. Mas tenho uma grande admiração por ele, como jogador e treinador. Ganhou três Ligas dos Campeões com o Real [como treinador], que tanto desejamos para os nossos clubes. Quero que ele volte para promover a França”, comentou na semana passada em entrevista à RMC, a meio da reta final decisiva para o sufrágio eleitoral da primeira volta das legislativas que decorreu este domingo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Alguns clubes da Ligue 1 começam a não achar muita piada à forma como o presidente francês se tornou quase um aliado de Nasser Al-Khelaïfi e companhia na tentativa de fortalecer o PSG para chegar finalmente à glória europeia mas um dos entraves nesse novo desejo de Macron depois de Mbappé pode chegar da própria seleção e ainda antes do Campeonato do Mundo do Qatar, entre novembro de dezembro.

Depois de ter permitido uma surpreendente reviravolta no Stade de France frente à Dinamarca, com o 2-1 de Cornelius a surgir aos 88′ (num jogo que não contou com Didier Deschamps, que perdera o pai alguns dias antes), os bleus somaram dois empates em Split com a Croácia e em Viena com a Áustria e ficaram proibidos de ter mais escorregadelas até ao final da fase de grupos da Liga das Nações. No entanto, e se a situação não estava propriamente fácil, pior ficou com mais um desaire caseiro, agora com a Croácia.

Naquela que acabou por ser uma vingança pela final do último Mundial, na Rússia, os balcânicos chegaram ao golo logo aos cinco minutos numa grande penalidade convertida por Modric e seguraram depois esse 1-0 até ao final, com Benzema e Mbappé a fazerem dupla no ataque de início mas jogadores como Tchouameni, Pavard, Griezmann ou Coman a serem lançados apenas na segunda parte. Com este resultado, não só a França, campeã em título na Liga das Nações e uma das potenciais favoritas à revalidação da vitória no Mundial pela constelação de estrelas que foi criando, ficou fora da Final Four (a Dinamarca bateu a Áustria por 2-0) como vai agora jogar com os austríacos pela não descida aos grupos B da competição.

Além dos episódios que já vão sendo um hábito na seleção francesa, mais recentemente com a especulação a vir da relação entre Benzema e Mbappé depois da permanência do jovem avançado em Paris quando o companheiro gaulês tinha inclusive ajudado a escolher casa em Madrid, também a posição de Deschamps começa a ser discutida, na sequência não só da eliminação da Liga das Nações mas da derrota nos oitavos do último Europeu. E o nome mais vezes apontado como sucessor é conhecido: Zinedine Zidane.