Uma vantagem de dois golos ao intervalo para o Benfica, um arranque melhor do Sporting nos minutos iniciais da segunda parte, um jogo a ir para prolongamento com oportunidades na fase final para os dois lados, um único golo a favor dos leões no tempo extra. O jogo 1 da final da Liga de futsal no Pavilhão João Rocha acabou por ser uma fotocópia do jogo 2 no Pavilhão da Luz a meio da semana, deixando a um triunfo a revalidação do título por parte da formação verde e branca que chegava ao jogo 3 da decisão com um registo 100% vitorioso até ao momento nos encontros disputados em casa para o Campeonato.

Um remake que até voltou a ter prolongamento: Sporting ganha na Luz ao Benfica e fica a uma vitória do bicampeonato

Ainda assim, e apesar da forma como ambas as vitórias foram celebradas em comunhão entre jogadores e adeptos, o Sporting tentava manter o foco para evitar festas antecipadas que levassem depois a dissabores. “Temos de ter consciência da responsabilidade e da importância que este tem jogo, assim como de todas as dificuldades que o Benfica nos tem criado. Por isso, temos de limar algumas arestas e não podemos cometer tantos erros, sobretudo na fase de construção ou em lances de bola dividida, Vamos ter de minimizar os erros, fazendo com que o coletivo esteja forte e que cada jogador dê o melhor de si porque, quando juntamos isso, o Sporting é muito forte”, focara o capitão leonino, João Matos, aos meios do clube.

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“A nossa união será fundamental. Tivemos dois jogos onde podíamos estar na frente, foi descuido nosso e acabámos por os perder. Já trabalhámos isso, acertámos o que tínhamos a acertar e acreditamos muito. Um dos nossos focos é sermos campeões nacionais. Vamos lutar por isso, é o que resta esta época e temos de terminar com o título. Vamos confiantes para o jogo. Temos qualidade, estamos fortes, sabemos que vai ser difícil, é um dérbi, mas vamos com toda a força. Temos um grande plantel para sairmos de lá com a vitória”, prometera à BTV o pivô Rocha, que voltava ao clube que representou antes em Portugal.

Os encarnados mostravam ainda esperança na redenção, sabendo que tinham desperdiçado oportunidades de ouro para conseguirem pelo menos um triunfo na final da Liga. No entanto, eram os verde e brancos que voltavam a partir com um ligeiro favoritismo, até pelo histórico recente no dérbi (oito vitórias e um desaire nos últimos nove encontros) e pelo número de competições conquistadas de forma seguida ao longo dos últimos meses no plano nacional entre Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça de 2021/22, Liga e Taça da Liga em 2020/21 quando ganharam também a Champions e Taça de Portugal relativa a 2019/20. E nem foi preciso chegar ao jogo 4, com os leões a mostrarem de novo a sua superioridade no dérbi, tornando-se ainda o primeiro clube a ganhar as quatro competições nacionais na mesma temporada. Em paralelo, o Sporting conseguiu o 17.º Campeonato, agora mais do que o dobro do Benfica (oito).

Os encarnados até começaram a criar mais perigo junto da baliza leonina onde Guitta foi sempre um muro intransponível perante as tentativas de Robinho e Afonso. No entanto, e em minutos consecutivos, dois minutos deram outros tantos lances de perigo junto das redes de André Sousa, com Pany Varela a atirar de meia distância ao poste (4′) e Pauleta a inaugurar o marcador após recuperação e assistência de Erick (5′). Esse momento colocou depois a equipa da casa por cima, com oportunidades para aumentar a vantagem que nunca foram concretizadas em bola corrida mas que chegou depois (e mais uma vez) num lance de estratégia, com Cavinato a aparecer numa reposição ao segundo poste para encostar para o 2-0 (12′).

O encontro ficou depois parado largos minutos depois de uma das placas de acrílico que separam a zona das bancadas e o recinto ter caído e partido (tinha acontecido já no dérbi da fase regular), o que acabou por fazer mal ao próprio jogo que recomeçou mais morno e com faltas que foram castigando as duas equipas, ao ponto de Cardinal ter feito a sexta infração leonina sobre Arthur ainda com alguns minutos de jogo antes do intervalo mas o livre direto batido pelo brasileiro bateu no poste (16′) e foi mesmo o Sporting a alargar ainda mais o seu avanço, com Cardinal a concluir uma grande jogada de Pauleta (18′).

Com Tayebi e Nilson a juntarem-se às ausências por lesão que o Benfica já tinha antes, com Rocha a somar menos minutos do que seria esperado por questões físicas, o Sporting parecia ter a mão no título mas uma boa subida de André Sousa ao meio-campo contrário já depois de algumas ameaças conseguiu reduzir a desvantagem para 3-1 com um desvio infeliz de Alex Merlim para a própria baliza (26′) antes de mais um remate ao poste de Arthur, neste caso o terceiro (28′). Os encarnados acreditavam, tiveram o condão de aproveitar uma fase mais adormecida da formação da casa mas o 4-1 de Zicky, numa recarga a um desvio de Pauleta à trave, quase fechou as contas (32′) apesar de Arthur ter reduzido logo de seguida (33′) e bisado à entrada para o último minuto após assistência de Robinho quando os visitantes estavam em 5×4, tendo ainda mais uma bola no poste no seguimento de um canto mesmo no último segundo de jogo.