O presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa sublinhou esta segunda-feira o esforço dos profissionais da instituição para conseguir aumentar nos primeiros cinco meses do ano os indicadores na prestação de cuidados, mas lembrou que há um limite.

Na verdade temos um limite que é o da dedicação destes profissionais (…). Da forma como está a ser feito, o cansaço vai-se acumulando e não tenho garantias de que continuemos a poder ter os níveis de prestação quantitativa que temos tido até agora”, sublinhou João Oliveira.

Segundo os dados a que a Lusa teve acesso, entre janeiro e maio deste ano, foram acompanhados no IPO de Lisboa um total de 40.660 doentes (40.008 no que em período homólogo de 2021). No total do ano de 2021 houve uma subida de 2,93% nos doentes em acompanhamento (passaram de 56.781 em 2020 para 58.446 no ano passado).

Entre janeiro e maio deste ano, o IPO de Lisboa realizou um total de 132.185 consultas médicas (130.788 no mesmo período do ano passado), 3.185 cirurgias (3.001 no mesmo período de 2021). O número tanto de doentes como de sessões no Hospital de Dia em quimioterapia e na radioterapia também cresceu nos primeiros cinco meses do ano relativamente ao período homólogo.

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A propósito das máquinas de radioterapia (aceleradores lineares, o IPO de Lisboa tem sete), João Oliveira disse que não tem os equipamentos subaproveitados, mas lembrou que é à “mercê de um esforço enorme de médicos e físicos, de técnicos, de todo o pessoal que faz funcionar um serviço do género”

É um setor em que, pelo facto de não conseguirmos contratar os médicos e os físicos que é necessário cá ter, acabamos por estar, neste caso, uma instituição pública como o IPO, a fazer uma despesa enorme de contratação de serviços com instituições privadas que acabaram por empregar os nossos profissionais”, explica.

O mesmo que se fala em relação aos prestadores de serviços noutras áreas “pode-se faltar aqui em relação à radioterapia: não conseguimos pagar aqui dentro o suficiente, vão trabalhar para o setor privado e depois nós temos que comprar aos privados, com todo o incómodo aos doentes, que tem de ir fora, com toda a dificuldade de controlo estratégico sobre a forma como trabalhamos, só porque não lhes pagamos aqui o suficientemente”.

No plano de atividades e orçamento para 2022, o IPO de Lisboa considerava que o seu mapa de pessoal deveria ter um total de 2.421 profissionais (todos os grupos), contudo a tutela aprovou um total de 2.303 postos de trabalho.

A 31 de maio, o IPO de Lisboa tinha um total de 2.008 profissionais.

Em todo o ano passado saíram do IPO de Lisboa 272 profissionais, entre os quais 69 assistentes profissionais, 47 assistentes técnicos, 19 médicos, 25 médicos internos e 73 enfermeiros. Entraram um total de 251.