A TAP só vai tentar ir ao mercado para refinanciar dívida privada em 2023, cumprindo um dos requisitos do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia. A informação foi avançada esta terça-feira em conferência de imprensa pelo administrador financeiro da empresa. Gonçalo Pires explicou que este ano a operação não é necessária depois do aumento de capital realizado no final de 2021. Inicialmente o refinanciamento privado da transportadora estava previsto para o final do ano passado ou início de 2022.
Mega-aumento de capital da TAP concluído. Transportadora totalmente nas mãos do Estado
“Durante o ano de 2023 faremos provavelmente uma operação de mercado de financiamento em linha com os compromissos inscritos no plano”, referiu o administrador. Este regresso aos mercados privados da TAP vai ser preparado no último trimestre do ano e poderá acontecer na primeira metade do próximo ano. Gonçalo Pires não identificou o montante desta operação, mas assinalou que a TAP precisa de refinanciar dívida privada que vence em 2023 e 2024 no total de 700 milhões de euros. Em causa estão as obrigações emitidas pelas companhia em 2019.
Até ao final do ano a TAP espera receber a última tranche do apoio público de 2,5 mil milhões de euros no valor de 990 milhões de euros. Essa ajuda será concretizada através de um aumento de capital, à semelhança do que sucedeu com as injeções recebidas em 2021.
O plano de reestruturação da TAP prevê que a companhia só regresse aos resultados positivos em 2025, mas estabelece que a companhia terá de conseguir financiar-se em mercado depois da ajuda pública que termina este ano. A empresa apresentou resultados do primeiro semestre ainda negativos de 202 milhões de euros, mas já teve resultados operacionais positivos. A presidente executiva da TAP Christine Ourmières-Widener afirmou que os resultados estão acima dos previstos no plano negociado com a Comissão Europeia, mas assinalou vários riscos para a recuperação da TAP na segunda metade do ano.
TAP está a recuperar mais depressa que os concorrentes e a cumprir plano, mas há riscos e cautela