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José Carlos Malato assume-se como pessoa não-binária

Este artigo tem mais de 2 anos

Celebridade da televisão assumiu que não se identifica nem com o género feminino, nem com o masculino. Revelação foi realizada esta madrugada nas redes sociais. Malato quer dar visibilidade à comunidade.

José Carlos Malato, que apresenta programas de entretenimento na RTP, revelou que é uma pessoa não-binária nas redes sociais
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José Carlos Malato, que apresenta programas de entretenimento na RTP, revelou que é uma pessoa não-binária nas redes sociais

José Carlos Malato/Instagram

José Carlos Malato, que apresenta programas de entretenimento na RTP, revelou que é uma pessoa não-binária nas redes sociais

José Carlos Malato/Instagram

José Carlos Malato assumiu-se como pessoa não-binária através de uma publicação colocada esta quinta-feira nas redes sociais. “A minha identidade de género e expressão de género não são limitadas ao masculino e feminino“, revelou a celebridade que apresenta programas de entretenimento na RTP.

“Ser não-binário é uma questão de princípio ativista, pelo menos para mim. Acredito que a dualidade masculino/feminino ou outro está presente nos seres humanos apesar da cultura fascista e da sociedade patriarcal a tentarem esmagar”, pode ler-se na mesma publicação.

José Carlos Malato explicou que o seu não-binarismo “é uma forma de dar representação e visibilidade a todos/todas/todes que sentem/ são assim”: “É o meu dever enquanto megafone que detém algum poder de fala na sociedade portuguesa”, considerou. E terminou:

É também uma demonstração de empatia com todes os que sentem como eu e um manifesto contra todas as formas de discriminação e violência que muit@s sofrem/sofremos todos os dias! Numa era marcada pelo terrorismo das redes sociais! Ninguém pode ser quem não é. E ser quem se é não prejudica ninguém. E a mais ninguém diz respeito! Disse!”.

O não-binarismo é um termo relacionado com a identidade de género. Uma pessoa não-binária é alguém que não se identifica nem com o género masculino, nem o género feminino, independentemente do sexo genético que possui e que lhe foi atribuído à nascença; ou da sua orientação sexual. Na falta de alternativas neutras na língua portuguesa — ao contrário do que acontece no inglês, por exemplo — algumas pessoas da comunidade não-binária escolhem ser tratadas por um dos pronomes pessoais (ele ou ela), conforme a expressão de género com que se sentem mais confortáveis.

Na publicação que efetuou, José Carlos Malato não utilizou palavras com carga masculina ou feminina. Sempre que foi necessário utilizar palavras que, na língua portuguesa, necessitam de um género masculino ou feminino, substituiu essa expressão de género com um “@” ou com a letra “-e” (em vez de um -a ou de um -o). É algo comum na comunidade não-binária que fala português. Neste momento, essas alternativas não estão formalmente incorporadas na gramática portuguesa, mas têm sido adotadas a nível social.

Outras celebridades no estrangeiros têm revelado que são pessoas não-binárias. É o caso da cantora Demi Lovato, que recentemente anunciou que prefere o tratamento linguístico no feminino; de Sam Smith, intérprete de “I’m Not The Only One”; ou Ezra Miller, artista musical e da sétima arte que participou em filmes como “Monstros Fantásticos” ou “As Vantagens de Ser Invisível”.

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