O presidente da Assembleia da República não responde diretamente ao apelo do presidente do PSD para que influencie a eleição dos vice-presidentes do Parlamento, mas desdramatiza a eleição de um vice-presidente da Iniciativa Liberal, lembrando que “a experiência mostra que os oito votos que faltaram na primeira candidatura, aparecerão“. Quanto ao Chega, admite que a situação é diferente.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, exortou Augusto Santos Silva para exercer a “magistratura de influência parlamentar” para o sucesso de uma candidatura do Chega à vice-presidência da Assembleia da República, mas o presidente do Parlamento diz que já estar a fazer o que pode. À margem de um almoço na Associação 25 de Abril, Santos Silva distingue a situação do Chega da da Iniciativa Liberal — que, depois de ter sido chumbada a primeira vez, recusou-se a apresentar uma nova candidatura.

Augusto Santos Silva diz que, no caso do Chega, “manifestamente os candidatos não têm merecido o apoio da larga maioria dos deputados”, enquanto que com a Iniciativa Liberal, “a candidatura ficou a oito votos da eleição”, acreditando que “quando apresentar uma nova candidatura a experiência mostra que esses oito votos em falta aparecerão”. Já o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, tinha desafiado João Cotrim Figueiredo a apresentar uma nova candidatura à vice-presidência, assegurando, a título pessoal, que iria votar “novamente” no candidato da Iniciativa Liberal.

Quanto às diligências que o presidente da Assembleia da República tem feito para eleger os dois vice-presidentes em falta, Augusto Santos Silva assegura que “o presidente não tem sido um impedimento” e esclarece que “regularmente na conferência de líderes” chamo “a atenção para os dois lugares que faltam preencher” e que solicita aos partidos que podem apresentar candidatos “que o façam”. E, lembra que, “assim que o fazem”, a eleição é marcada.

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Augusto Santos Silva diz ainda que os dois vice-presidentes eleitos – Adão Silva e Edite Estrela -, “têm sido inexcedíveis” no cumprimento da função, mas que “evidentemente que se houvesse mais uma ou duas vice-presidências, libertaria os restantes”.

No almoço na Associação 25 de Abril, Augusto Santos Silva falou sobre as dificuldades que o país enfrenta com o fim da pandemia e a situação do conflito na Ucrânia, deixando uma nota particularmente vincada para a necessidade de existir concertação social no país, com um papel ativo dos sindicatos.

Em reação às eleições em Itália, Augusto Santos Silva lamenta o resultado “enquanto socialista”, mas vinca que as eleições “foram transparentes e legítimas”, salientando “a exceção de Angela Merkel dentro do Partido Popular Europeu ao estabelecer um cordão sanitário com a extrema-direita”.