Um protesto no formato de três camisolas. Os equipamentos que a Dinamarca vai utilizar no Mundial do Qatar foram apresentados esta quarta-feira e a Hummel, a marca que é parceira dos escandinavos, decidiu utilizar os novos designs para deixar vincada uma posição sobre o país que vai receber a competição.
A camisola principal é totalmente vermelha, notando-se apenas o decalque do símbolo da marca e da Federação dinamarquesa. “Com as novas camisolas da seleção da Dinamarca, quisemos passar uma mensagem dupla. Não só são inspiradas pelo Euro 92, enquanto tributo ao maior sucesso da Dinamarca no futebol, mas também um protesto contra o Qatar e o seu historial em relação aos direitos humanos. Foi por isso que disfarçámos todos os detalhes nas novas camisolas, incluindo o nosso logo. Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida a milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa em toda a linha mas isso não significa apoiar o Qatar como país anfitrião. Acreditamos que o desporto deve aproximar as pessoas. Quando isso não acontece, queremos marcar uma posição”, pode ler-se na publicação que a Hummel fez nas redes sociais.
O equipamento alternativo é exatamente igual ao principal mas totalmente branco, enquanto que o terceiro é integralmente negro, numa escolha que também mereceu uma explicação por parte da marca. “Preto, a cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisola da Dinamarca no Campeonato do Mundo deste ano. Apoiamos a seleção dinamarquesa em toda a linha mas isto não deve ser confundido com o apoio a um torneio que custou a vida a milhares de pessoas. Queremos marcar uma posição face ao historial do Qatar em relação aos direitos humanos e ao tratamento dos trabalhadores migrantes que construíram os estádios do Mundial”, indicou a marca fundada em Hamburgo, na Alemanha, mas com sede na Dinamarca.
A Dinamarca está integrada no Grupo D, em conjunto com França, Austrália e Tunísia, e surge no Mundial do Qatar com as expectativas bastante elevadas depois de uma prestação surpreendente no Euro 2020, onde só caiu nas meias-finais com Inglaterra — numa competição naturalmente traumática face à paragem cardiorrespiratória de Christian Eriksen logo na primeira partida, contra a Finlândia. Os dinamarqueses foram campeões europeus em 1992, num ano em que só foram à fase final devido a uma repescagem face à exclusão da Jugoslávia, com uma equipa que contava com Peter Schmeichel e Brian Laudrup.