A Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários do Montijo e a Câmara Municipal de Setúbal promovem, no sábado, duas manifestações para exigirem o cumprimento de horários e mais carreiras da Alsa Todi na região.

A manifestação do Montijo está marcada para as 10h00, com uma concentração na estação rodoviária, junto ao mercado municipal, seguida de um desfile até ao município, onde deverá ser aprovada uma moção para entregar na segunda-feira na Câmara Municipal do Montijo.

Em Setúbal, a manifestação “Em defesa de Transportes Públicos de Qualidade” está agendada para as 10h30, junto ao Estádio do Bonfim.

Na origem das duas ações de protesto está o serviço prestado pela Alsa Todi, a operadora de transportes públicos rodoviários da Carris Metropolitana que ganhou o concurso público do lote 4, que abrange os concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.

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Segundo Paulo Soares, da Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários do Montijo, a Alsa Todi, que iniciou a atividade em junho, teve um “início de operação desastroso” e, quase quatro meses depois, “não há melhorias significativas”.

“A oferta de transporte público não é suficiente, as freguesias periféricas do Montijo estão altamente deficitárias, quer no transporte para Lisboa, quer para a cidade do Montijo. São necessárias mais carreiras, mais autocarros a circular”, disse à agência Lusa Paulo Soares.

Salientando que “a Alsa Todi não está a cumprir os termos contratuais que estabeleceu com a região metropolitana e com a Transportes Metropolitanos de Lisboa”, Paulo Soares considerou que a falta de motoristas, reconhecida pela empresa, “não justifica todas as situações de incumprimento”.

Insatisfeito com a prestação da Alsa Todi está também o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), que anunciou a realização de uma manifestação no sábado, com o objetivo de “pressionar a empresa” e “colocar em causa o seu bom nome”.

Para André Martins, o protesto irá prejudicar a imagem da operadora de transporte público e fazer com que os responsáveis da empresa “pensem duas vezes quando quiserem participar noutros concursos públicos”.

“A empresa [Alsa Todi] não está em condições de operar, de colocar o sistema a funcionar”, assegurou o autarca setubalense, que justifica a ação de protesto com o mau serviço, designadamente a falta de carreiras, incumprimento de horários e a “ausência de respostas” por parte da empresa.

No início do mês, o primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Carlos Humberto, disse à agência Lusa que acreditava numa “melhoria significativa do serviço da Carris Metropolitana na península de Setúbal já em setembro”, mas garantiu que a empresa iria ser responsabilizada pelas situações de incumprimento.

A Alsa Todi, que atribui grande parte das situações de incumprimento à falta de mão-de-obra disponível, anunciou em 13 de setembro a contratação 61 novos motoristas em Cabo Verde, que na altura estariam apenas a aguardar a emissão de vistos pelas autoridades portuguesas para entrarem de imediato ao serviço.

Alsa Todi contratou 61 motoristas em Cabo Verde para garantir serviço na Península de Setúbal

Contudo, os utentes da Carris Metropolitana na zona do lote 4 (Alcochete, Moita, Montijo, Setúbal, Palmela e Setúbal) continuam a denunciar e a protestar contra o incumprimento de horários e a falta de carreiras da Alsa Todi.