A Web Summit está “esticada até ao limite”. Foi assim que Paddy Cosgrave, o rosto mais conhecido da cimeira tecnológica, descreveu o evento deste ano durante a conferência de imprensa feita esta quinta-feira.
O evento “está de volta a uma escala em que nunca operámos. Está esticado até ao limite, estamos a usar todas as áreas possíveis”. Além dos quatro pavilhões da FIL e do Altice Arena, há este ano um quinto espaço instalado numa tenda, que ocupa espaço de passagem do Parque das Nações. Sem novidades sobre os trabalhos de expansão na FIL, a organização está também a aproveitar outros espaços de passagem entre pavilhões para instalações temporárias. “Nunca esperámos regressar ao que era.”
Tendo em conta estas questões de espaço, Paddy Cosgrave foi questionado sobre se está eventualmente à procura de outros lugares para o evento. “Estou preocupado com os limites de espaço, temos de ser muito cuidadosos para não sobrelotar o espaço ao ponto de ser perigoso.”
O líder da Web Summit deu ainda os parabéns às forças de segurança portuguesas por “permitir que figuras tão relevantes chegarem ao país e ficar cá alguns dias”, referindo-se à presença de Olena Zelenska, a primeira-dama da Ucrânia, e à do ministro da Transformação Digital do país, Mykhailo Fedorov. “É extremamente complexo e têm de gerir o acesso ao local do evento. São medidas de segurança que nunca tinham sido implementadas num evento desta dimensão.”
Paddy Cosgrave não tem planos para retirar o evento desta espécie de “Califórnia da Europa”, como descreveu. Em 2018, foi anunciado que a Web Summit continuará em Lisboa até 2028. O empresário irlandês não tem planos para sair do país após essa data: “Estamos aqui até 2028 e vejo-nos a ficar aqui além disso.” Algo que, aliás, já tinha dito em algumas entrevistas publicadas ao longo da última semana.
Outra repetição de Paddy Cosgrave durante esta conferência foi a transformação de Lisboa nos últimos seis anos e sobre como teve de explicar, em 2016, a decisão de trazer o evento de Dublin para Lisboa. “Os ingredientes já cá estavam”, explicou, mencionando fatores como a segurança ou o bom tempo. “Tornou-se uma espécie de Califórnia da Europa”, mas disse acreditar que o evento terá tido um “papel pequeno” nesta situação.
Web Summit em África em 2025 ou 2026
Depois do Rio de Janeiro, anunciado este verão, a Web Summit quer ter eventos em África e no Médio Oriente. Cosgrave mostrou-se esperançoso de chegar a África “em 2025 ou 2026.”
O responsável da cimeira mencionou ainda que tem tido “encontros com a delegação do Dubai” e com outras delegações do Médio Oriente. “A ambição é a de tornar a Web Summit ainda mais global do que já é.”
Na Ásia, notou a existência de “conversações para potencialmente fazer algo em Pequim também.” “Quero que o mundo seja o mais aberto possível.”
De acordo com os números revelados pela organização, a cimeira deste ano tem 71.033 participantes de 160 países. Há 2.296 startups presentes no evento e 342 parceiros de 94 países.