O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa lamentou esta quarta-feira a morte do artista plástico e professor universitário Francisco Laranjo, aos 67 anos, destacando o seu trabalho “em múltiplas vertentes” que é “reconhecido mundialmente”.

“(…) Destacou-se internacionalmente pela sua obra em múltiplas vertentes. Curioso nato, ambicionava que as suas criações fossem um cruzamento de todas as linguagens, sempre com um caráter interdisciplinar“, sublinhou o chefe de Estado, segundo uma nota publicada no sítio oficial na Internet da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa enviou “as mais sentidas condolências à família e amigos de Francisco Laranjo”, destacando ainda que o trabalho do artista plástico “é reconhecido mundialmente, tendo exposto na Europa, Ásia e América”.

Laranjo morreu na madrugada deste dia, no Porto, aos 67 anos, vítima de cancro, indicou à agência Lusa fonte da Galeria Fernando Santos.

De acordo com a mesma fonte, com a qual o pintor mantinha uma estreita relação de amizade e no âmbito da atividade artística, Francisco Laranjo estava a planear uma nova exposição para 2023 nesta galeria, no Porto.

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Professor catedrático aposentado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, Francisco Laranjo foi conferencista e docente convidado em diversas universidades, nomeadamente em Bilbao, Espanha, Manchester, Reino Unido, Paris, França, e em São Paulo, Brasil.

Desde 1979 expunha individual e coletivamente em Portugal e no estrangeiro, estando a sua obra representada em museus e coleções públicas tais como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto, e no Museu Municipal de Tomar.

O Centro Cultural de Macau, na China, e o Institute of Contemporary Arts, em Londres, no Reino Unido, entre outros espaços culturais também possuem obras do artista plástico nas suas coleções.

Nascido em 1955, em Lamego, cidade do distrito de Viseu, Francisco Laranjo concluiu o curso superior de Artes Plásticas da Escola Superior de Belas Artes do Porto, no final da década de 1970, e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, no Egito e nos Países Baixos, e do Goethe-Institut, na Alemanha.

A sua obra foi galardoada com o Prémio Revelação na 1.ª Exposição Nacional de Moderna Arus, e recebeu a Medalha de Mérito, Grau Ouro, da Câmara Municipal do Porto (2009), a Medalha de Mérito, Grau Ouro e Prémio de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Lamego (2013).

Em 2015 foi agraciado como Comendador da Ordem da Instrução Pública pela Presidência da República.

Apresentou exposições individuais e participou em coletivas em galerias e museus em Portugal e noutros países, nomeadamente, as individuais recentes, “Infinitum” (2015), na Galeria da Cooperativa Árvore, no Porto, e “Obra Gráfica” (2013), na Galeria do Conservatório Calouste Gulbenkian, em Aveiro, ou “Luz em Suspensão” (2015), no Nagasaki Museum of History and Culture, no Japão, e “Recent Works” (2013), na Gallery Feel, Changwon, na Coreia do Sul.