Um desodorizante para mulher no Reino Unido custava em média mais 8,9% do que um produto semelhante para homem. Um creme facial custava mais 34,28%, de acordo com as conclusões de um estudo promovido naquele país em 2018. Também nos Estados Unidos, de acordo com dados do governo de Nova Iorque, que analisou 800 produtos de cerca de 100 marcas, os produtos de higiene pessoal femininos custavam mais 13%, já os acessórios e vestuário de adulto tinha uma inflação de 7% e 8%, respetivamente, face a produtos semelhantes para homens. Citado pelo World Economic Forum, o estudo concluía que “as mulheres pagam milhares de dólares mais ao longo da sua vida do que os homens por produtos semelhantes”.

Há disparidade nos preços em vários setores, sendo o mais visível o de produtos de higiene pessoal. É esta disparidade nos preços dirigidos a homens ou a mulheres que se designa de “taxa rosa”, ou seja, não é um imposto ou uma taxa na aceção da palavra, mas sim o pagamento adicional que é pago pelas mulheres.

O World Economic Forum acrescenta nesta proposição o facto de haver também diferenças salariais, com as mulheres a ganharem, em muitos países, menos do que os homens em funções semelhantes. As Nações Unidas já tinham pedido aos vários países para adotarem medidas para eliminarem esta taxa rosa.

Fonte: Nações Unidas

Com estes dados nas mãos, o PAN fez aprovar, em sede de votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, uma proposta para se estudar a taxa rosa. De acordo com a proposta:

Em 2023, o Governo elabora e apresenta à Assembleia da República um estudo sobre o impacto da ‘taxa rosa’ em Portugal, com o objetivo de estimar as diferenças de preço que os compradores masculinos e femininos enfrentam ao comprar produtos com características semelhantes.”

O PAN justifica a proposta pelo facto de “no Reino Unido ou no Estado de Nova Iorque, nos últimos anos, já terem sido desenvolvidos estudos sobre o custo de ser uma consumidora mulher e a chamada taxa rosa. Mas em Portugal não existe nenhum estudo amplo nesse sentido, pelo que, sem dados, se afigura complexo conseguir adotar medidas para mitigar este problema.” Face à falta de dados, acrescenta o PAN, o estudo pretende dar pistas para se estudar o impacto desta taxa no país.

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