O presidente da Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU), Jesper Moller, assumiu, esta quarta-feira, que o organismo a que preside está a ponderar a possibilidade de se desfiliar da FIFA, em consequência das várias polémicas sobre direitos humanos no Campeonato do Mundo no Qatar. Após o empate frente à Tunísia, o líder federativo dinamarquês revelou também que a possibilidade de uma retirada tem sido debatida com outras federações e defendeu a necessidade se restaurar a confiança no organismo que lidera o futebol mundial.

“Não é uma decisão que tenha sido tomada agora. Temos sido claros quanto a isto há já muito tempo. Temos vindo a discutir a questão na região nórdica, desde agosto“, contou aos jornalistas, de acordo com declarações citadas pelo The Athletic. “Agora, voltei a pensar” na possibilidade de sair, acrescentou. “Imagino que haja problemas se a Dinamarca sair sozinha, mas veremos se não é possível debater estas questões”, sublinhou, afiançando: “Tenho de pensar em como restabelecer a confiança na FIFA.

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A Dinamarca tem sido uma das seleções mais ativas nas críticas à FIFA de Gianni Infantino devido a problemas de respeito pelos direitos humanos no Qatar e tem tido um papel ativo na defesa dos trabalhadores migrantes no emirado e nos direitos LGBTQIA+.

A equipa pretendia treinar com camisolas com a mensagem “direitos humanos para todos” durante o Mundial do Qatar mas a FIFA não o permitiu. D mesma maneira que proibiu que os capitães de sete equipas – incluindo a Dinamarca – usassem, durante as partidas, uma braçadeira com um arco-íris e a inscrição “One Love”.

Todas estas questões levam a que Jesper Moller tenha uma certeza: a federação que dirige não vai apoiar uma candidatura de reeleição de Infantino. “Estão marcadas eleições na FIFA [ndr: para 2023]. Consta que o atual presidente tem declarações de apoio de 207 dos 211 países que compõem o organismo. A Dinamarca não está entre esses países e não irá estar”, rematou.