Uma imagem possível do tempo atual e do que aí vem até domingo: estamos a sofrer o efeito meteorológico de um ‘comboio’ de tempestades que estão a atravessar a Península Ibérica; e ninguém sabe com quantas ‘carruagens’ podemos contar. Depois do temporal que causou as inundações no Algarve, esta quarta-feira à noite foi a vez da grande Lisboa, já que uma nova depressão trouxe outra vez chuva torrencial e vento muito  forte. Mais uma vez, o sul do país foi o primeiro a sofrer os seus efeitos, mas depois estendeu-se pelo sul até ao centro (e à capital) e vai continuar ao longo do feriado desta quinta, dia 8, e ainda na sexta, 9.

Os estragos de uma noite de temporal em Lisboa. Nem os hospitais foram poupados

A chuva, sempre na forma de aguaceiros fortes, muitas vezes acompanhados de trovoada, só deverá abrandar ao final do dia de sexta-feira. Sábado é possível dê algumas tréguas e abrande, mas uma frente polar fará com que as temperaturas caiam a pique a norte, sendo provável assim que neve nas terras mais altas. No final de domingo, ou segunda de madrugada, deve chegar uma outra tempestade, novamente com mais chuva e vento.

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Se a chuva não deixa de ser bem vinda face à situação de seca no país, a situação meteorológica para este feriado e sexta-feira é considerada perigosa. Quer o IPMA, quer a Proteção Civil emitiram avisos, já que a chuva continuará a ser mesmo intensa e as rajadas de vento podem ser superiores a 80 km/h, estando criadas as condições para trovoadas severas e fenómenos extremos nas regiões Centro e Sul (que estão sob aviso, vermelho — decretado para Lisboa, Santarém e Faro ao fim de quarta-feira — laranja e amarelo). Há também alertas para a agitação marítima, com ondas entre 4 e 5 metros.

Os alertas para esta quinta

Os alertas para esta quinta

E para sexta

E para sexta

São esperadas mais “inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento”, bem como “ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras” e ainda “deslizamentos ou derrocadas” de terras, que podem levar ao arrastamento de pedras ou ou outros objetos para as estradas. Face ao vento, a Proteção Civil também avisa para a “queda de objetos soltos e desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas”, que “podem causar acidentes” quer “com veículos em circulação ou pessoas na via pública”.

Para que ninguém se possa queixar de falta de informação — já houve casos –, a Proteção Civil mandou limpar esgotos, fixar estruturas soltas como luzes de Natal, andaimes, placards e estruturas do género, e pediu às pessoas para terem cuidado ao conduzir em certas zonas, já que o vento pode fazer cair ramos de árvores e fazer transbordar rios. Obviamente, o alerta ficou também para que não se atravessem riachos, não se arrisque junto à costa e se adote uma condução mais defensiva.

Sexta-feira à tarde a chuva e o vento começam a abrandar, ainda que continuem os aguaceiros, mas chegará o frio. A descida de temperatura é acentuada a partir de sábado só a norte e vai fazer com que neve nas terras altas, ou seja, garantidamente na Serra da Estrela, entre sábado e domingo.

Domingo, em que a chuva deve voltar novamente, com mais uma tempestade, porque o comboio delas vai continuar a passar ao longo da próxima semana.