A caravela precisa da força do vento para andar. A brutalidade da força do mar não permite abdicar do sopro como fator promotor de deslocação. Rúben Amorim disse esperar que o vento, tal como é característico no Estádio dos Arcos, afetasse o fluxo do jogo. No caso, foi a falta de um empurrão de uma massa de ar que estava a impedir o barco de andar para a frente. Era o inverno nortenho a desiludir os que o chamam de vigoroso.

Se não havia vento, foi necessário remar contra a maré que corria no sentido de uma partida em que as oportunidades eram um tesouro perdido no fundo do mar. As tentativas iam saindo invariavelmente transviadas. Nuno Santos (41′) realizou o remate de melhor efeito da primeira parte ao apanhar a bola no ar e chutar para que Jhonatan tivesse que ir ao chão para impedir o Rio Ave de ficar em desvantagem.

Taça da Liga: Sporting lidera grupo B isolado após vencer Rio Ave por 2-0

A maré seguia baixa até que, com a chegada da chuva, em três minutos surgiu um tsunami de oportunidades para as duas partes. Primeiro, Trincão (59′) falhou de baliza praticamente aberta, enviando a bola por cima da baliza de Jhonatan. Respondeu, logo de seguida, Leonardo Ruiz (61′) com um remate rasteiro de fora de área que passou perto do poste. Provado que o caminho até ao golo não precisava de ser descoberto com astrolábio, Gonçalo Inácio (62′), de cabeça, após assistência de Edwards, fez o primeiro golo do jogo. O Sporting ganhou maior conforto com a vantagem no marcador, mas teve que ser um jogador da equipa do Rio Ave, Boateng (73′), a marcar na própria baliza.

Era uma vantagem de 2-0 para um Sporting que utilizou o sistema tático habitual. No 3-4-3 dos leões, Marsà jogou como central ao meio e Dário Essugo atuou como médio defensivo. Os dois jovens sportiguistas repetiram a titularidade do jogo contra o Farense. Ainda no meio-campo, Rúben Amorim escolheu Pote para desempenhar o papel de médio de transição.

Já o Rio Ave, por sua vez, recorreu ao 3-5-2 como estratégia para o duelo. Luís Freire deu superioridade numérica no meio-campo com um triângulo composto por Samaris, Guga e Baeza. A pressionar, Guga e Baeza encaixavam nos dois médios do Sporting e Samaris ficava a realizar coberturas que impediram os verde e brancos de terem jogo interior. Ofensivamente, Paulo Vitor foi o mais solicitado, tendo em conta que a equipa vilacondense revelou uma apetência maior para atacar pelo flanco esquerdo. O jogador brasileiro fez todo o corredor canhoto e, em condução, promoveu diagonais para o interior.

Neste moldes, a variação de flanco por parte do Sporting foi a solução que mais vantagens trouxe à equipa de Alvalade. Porro chegou com frequência ao último terço para realizar ações de cruzamento. Ao invés, o jogo não fluiu tanto do lado de Nuno Santos, mas o jogador português conseguiu várias situações para finalizar, acabando por ser a maior figura do encontro. Mais perto do fim, Manuel Ugarte, regressado do Mundial, foi a jogo a partir do banco.

O Sporting conseguiu a segunda vitória no grupo B da Taça da Liga e praticamente carimba o passaporte para os quartos de final. Na última jornada da fase de grupos da prova, os leões vão defrontar o Marítimo, enquanto que o Rio Ave joga contra o Farense