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Tempestade Efrain põe Açores em alerta e ajuda a empurrar mais chuva para continente e Madeira. Madrugada de domingo pode ser complicada

Este artigo tem mais de 1 ano

Tempestade que colocou esta sexta os Açores em aviso laranja não atinge o continente. Mas arrasta massas de ar tropicais muito húmidas que trazem mais chuva intensa na madrugada de sábado para domingo

Entre esta sexta e sábado à tarde a chuva forte dos últimos dias deve dar algumas tréguas. Mas só no continente. E por pouco tempo. Provavelmente menos de 24 horas. A tempestade Efrain, que vai afetar os Açores ao final deste dia 9, mesmo sem atingir diretamente Portugal continental, vai estender os seus tentáculos meteorológicos até à Península Ibérica. Apesar de ficar a Noroeste do arquipélago e depois seguir num caminho Norte/Nordeste, as massas de ar tropicais marítimas que lhe estão associadas, e que estão na circulação da depressão enquanto rodopia, vão alterar uma vez mais o estado do tempo. E sim, é caso para se poder temer de novo algum fenómeno extremo de chuva e vento no centro e sul do país. Além disso, haverá frio e neve em Trás-os-Montes e na Serra da Estrela.

Os avisos por causa do Efrain nos Açores

O melhor é começar já pelo que se está a passar e pela situação mais grave, a dos Açores. Vanda Costa, da delegação do IPMA local, fala de uma intensificação da depressão Efrain para o fim da tarde desta sexta-feira, com ventos que podem atingir os 110 km/h no grupo Ocidental, Flores e Corvo, sendo que nas restantes ilhas as rajadas devem ficar-se pelos 80 e 90 km/h. Além do vento, o sistema frontal associado a esta tempestade com nome masculino, que se formou ao largo do arquipélago açoriano, causará chuva intensa, sobretudo nos grupos Central e Oriental. Esta manhã, foram elevados de amarelo para laranja os avisos de vento no grupo Ocidental e de precipitação para os grupos Central e Oriental. A chuva inclui trovoada e haverá muita agitação marítima.

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As consequências para o continente

Viajemos então agora dos Açores até ao continente. As linhas de instabilidade meteorológica sentidas na noite desta quinta já vinham do Efrain e esta manhã foi também ele (ou ela, a depressão/tempestade) o causador do vento forte no litoral e nas terras altas. O IPMA não descarta, aliás, que ainda possa ocorrer algum fenómeno extremo de vento. O mar, por causa desse mesmo vento, está bastante agitado, com ondas de sudoeste de 4 a 5 metros, na costa ocidental a sul do Cabo Raso e na costa sul do Algarve. Daí que toda a costa, abaixo da Grande Lisboa e até Vila Real de Santo António, esteja esta sexta sob aviso amarelo.

Mas o pior pode estar ainda para vir. E pronto, mesmo não se culpando diretamente o Efrain, que seguirá em direção às ilhas britânicas, o seu rasto, ou os seus restos, chegam ao continente no sábado à noite. E com força. São as tais massas de ar tropicais que vêm na circulação da depressão e que vão causar chuva persistente e por vezes forte nas regiões centro e sul durante a noite e madrugada de sábado para domingo. O mau tempo volta assim ao fim da tarde deste dia 10, com precipitação muito forte, que vem acompanhada de vento com rajadas de 70 a 75 km/h. As regiões mais afetadas, e para as quais já foram emitidos avisos amarelos, ficam essencialmente na região do Algarve, Alentejo, Grande Lisboa, Ribatejo (Santarém pode estar numa dessas linhas de água) e na região autónoma da Madeira.

E se o sul e o centro estarão em amarelo pela chuva e o vento, o interior norte estará amarelo devido ao frio. É o caso dos distritos de Castelo Branco, Guarda, Viseu e Vila Real onde pode nevar no domingo. Logo para sábado está prevista uma descida das temperaturas e a possível queda de neve ao final do dia acima dos 1.200 metros, que se deve manter depois no resto do fim de semana.

Numa imagem gráfica de uma tempestade, se tentar visualizar, há sempre uma massa de ar e nuvens a rodopiar, como os desenhos de uma casca de caracol. Em termos meteorológicos, é importante perceber em que sentido se movem. Aquelas que nos têm atingindo arrastam ventos de sul para norte, as tais massas de ar tropicais quentes e húmidas, muito húmidas, que vêm da parte norte da América do Sul. Esse ar quente choca depois, mais acima, com o ar frio da atmosfera. E quente com frio dá vapor de água que depois se transforma em muita, mas muita chuva.

Mas se pensa que ficamos por aqui, pela madrugada de domingo, desengane-se. Haverá uma melhoria a partir de meio da manhã, final da manhã, início da tarde de domingo (isto em meteorologia é sempre assim um pouco vago, sobretudo a esta distância), mas depois, novamente, segunda-feira voltamos a ter entrada de massas de ar tropicais. E lá voltaremos ao mesmo: elas trarão novamente elevado conteúdo em vapor de água e vão dar origem outra vez chuva persistente e por vezes forte em quase todo o país. As regiões mais afetadas deverão voltar a ser as do centro e sul. O IPMA estuda já emitir avisos de precipitação, segundo a meteorologista Maria João Frade.

Ah, e além da chuva ao longo da semana, o frio voltará também em força — sobretudo a Norte. Prepare-se para noites geladas no final da semana.

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