A chuva intensa das últimas semanas permitiu que as barragens recuperassem os níveis de água. Segundo adiantou esta quarta-feira o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, só o Alto Rabagão, em Montalegre, mantém atualmente as restrições impostas à produção de energia hídrica.

“As chuvas intensas e inundações dos últimos dias causaram enormes impactos negativos, os prejuízos estão a ser apurados”, começou por dizer Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa destinada a apresentar os novos apoios ao gás e eletricidade.

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Apesar dos danos causados, o ministro admitiu que “termos tido chuva tem permitido termos níveis mais elevados de água nas barragens”. Duarte Cordeiro confirmou que a capacidade hídrica média das barragens já foi reposta a cerca de 65%, o que tem como “benefício a retoma normal da produção de energia hídrica”.

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Neste momento, adiantou, só o Alto Rabagão tem essa limitação, uma vez que “todas as barragens que ultrapassam” um determinado nível de caudal “podem começar a produzir energia.” Apesar de estar situada entre o Alto Minho e Trás-os-Montes numa região que tem recebido muita chuva este outono, o Alto Rabagão demora mais tempo a encher do que a barragem vizinha do Alto Lindoso por causa de se situar a um nível mais elevado, recebendo menos recursos hídricos e escorrências para além da água que cai na própria albufeira.

O Alto Rabagão é explorado pela EDP e foi uma das barragens onde a produção hidroelétrica foi mais cedo suspensa — logo em fevereiro — por causa da seca. A partir de outubro, 15 barragens ficaram com a produção de eletricidade suspensa até atingirem quotas mínimas de reserva de água, uma medida que procurou acautelar a segurança de abastecimento elétrico face ao risco de falta de gás. Com a chuva de outubro a produção hidrolétrica foi retomada em novembro, tendo atingido um valor acima da média anual, o que terá sido reforçado em dezembro.

O ministro salientou que isto significa “mais produção de renováveis, porque temos barragens com mais capacidade”, o que também beneficia os preços. Nas últimas semanas, tem-se acentuado a diferença entre os preços no mercado ibérico e os do resto da Europa, o que se deve à atuação do mecanismo ibérico que limita o preço do gás, mas também a um maior recurso a energia renovável de fonte hídrica.