Se é verdade que antes usar óculos conseguia ser um verdadeiro bicho-de-sete-cabeças, também é verdade que hoje já existe quem os utilize sem ter sequer necessidade. Mas, afinal, usar óculos sem graduação é uma escolha fashion? Foi o que procurámos saber.
No dia 5 de dezembro, teve lugar no estúdio do Observador a talk que, em parceria com a Alberto Oculista, juntou Cláudia Mendes, Optometrista, Filipa Jardim da Silva, Psicóloga, e Rita Alves, Stylist. Aqui, o objetivo foi simples: perceber o que motivou esta mudança de paradigma e o que, de facto, faz dos óculos um forte acessório de moda nos dias de hoje.
“Há cada vez mais pessoas a utilizar óculos sem graduação e cada vez menos vergonha de os utilizar, mesmo que seja pontualmente. Deixou de existir aquela ideia de: eu preciso mas não vou usar, para passarmos a ter um verdadeiro acessório de moda”, começou por dizer Cláudia Mendes.
Para as 3 intervenientes, esta mudança na forma como olhamos para este objeto foi uma mudança gradual, mas que trouxe consigo um grande impacto. Para a Psicóloga Filipa Jardim da Silva, há um conjunto de estereótipos que foram quebrados com o tempo. “Há um conjunto de estereótipos, nomeadamente a ideia do nerd, do caixa de óculos, que deram lugar a uma admiração, curiosamente. Hoje há esta ideia de que quem usa óculos pode ter mais estilo, pode ser mais inteligente, mais afável, mais confiável. E é muito interessante notarmos como a conceção do uso dos óculos, para muitas pessoas, deu lugar a ser um objeto que quase toda a gente evitava e que hoje, mesmo sem necessidade, adota. Passa a ser um acessório, muitas vezes por funcionalidade, mas também uma extensão da nossa identidade. Sempre com atenção naquilo que queremos projetar também”, afirma. Contudo, acredita que esta foi uma mudança gradual e que não aconteceu de um momento para o outro. “As coisas foram sendo graduais”, reforça, acrescentando em seguida:
“Se eu vejo uma figura que admiro a utilizar óculos, a forma como perceciono o objeto vai mudar. E há sempre alguém a abrir caminho nesse sentido e eu acho que aqui isso não foi exceção. Eu acho que algo que ajudou a que esta mudança acontecesse foi a noção de que nós não somos a roupa nem os acessórios que usamos. Os óculos são um complemento, uma extensão e nunca devem ser encarados como uma substituição daquilo que somos. Deve ser uma extensão bastante honesta e autêntica”.
A verdade é que nos dias que correm, várias foram as alterações no fabrico que permitiram que as famosas “lentes garrafa” deixassem de ser um problema. O design, os materiais, as próprias lentes, são fatores determinantes não só na hora de escolher, mas também na forma como a utilização dos óculos é encarada atualmente. “A atualização dos materiais, a forma como as lentes são desenhadas, tudo isso vai fazer com que esteticamente, muitas vezes, nós passemos por alguém que usa óculos e nem nos apercebamos do quão graduados eles são. Hoje em dia já se fazem trabalhos fantásticos. Todos nós conseguimos ter acesso a óculos com a graduação que precisamos e bonitos. Nada daquilo que víamos há muitos anos”, sublinha Cláudia Mendes. Tem sido com isso em mente que a Alberto Oculista tem atualizado o seu trabalho, com o objetivo de entregar cada vez mais e melhores alternativas aos seus clientes. Quem o diz é a Optometrista:
“Na Alberto Oculista a nossa missão tem sido a de cada vez mais procurar alguma coisa que seja exclusiva. Os nossos clientes querem algo que seja personalizado, confortável. Uns óculos feitos à medida. E o sucesso tem sido muito grande”.
Mas, afinal, existem óculos ou caras perfeitas? Esta foi uma das perguntas colocadas em cima da mesa e que, mais uma vez, resultou numa resposta unânime. “Eu acho que não existe a cara perfeita para usar óculos. O truque é valorizar, tal como na roupa, os pontos fortes. Acho que os óculos tornaram-se mesmo uma opção de estilo e consoante o tipo de rosto, existem modelos que realçam esses pontos”, palavras de Rita Alves, Stylist. Ainda assim, existem alguns truques que podem ajudar.
“Existem regras que esteticamente fazem com que determinados óculos fiquem melhor a umas pessoas do que a outras. Está muito relacionado com o estilo e a personalidade de cada um. Mas os diferentes formatos de óculos têm diferentes formas de assentar no rosto, dependendo dos tipos de rosto que existem. Ajuda muito escolher os óculos consoante essas diretrizes”, acrescenta a Stylist.
Contudo, na hora de escolher, não há diretriz ou melhor truque do que seguir o seu gosto e intuição. Para Cláudia Mendes, a escolha deve sempre “ser nossa. Somos nós que vamos utilizar os óculos, somos nós que nos vamos ver com eles. Por isso a escolha deve recair naquilo de que gostamos mais e não naquilo que os outros preferem para nós”.
Como vê, da próxima vez que sentir vontade de usar óculos, mesmo que não precise deles, já não existem razões para ter receio de arriscar. Este é, de facto, um verdadeiro complemento para todos os looks e pode fazer a diferença. Se, por outro lado, tem de os utilizar por necessidade, não desanime! Vai ficar mais cool do que nunca. O segredo é mesmo não ter medo, deixar os preconceitos de lado e escolher o modelo que realce apenas a beleza que já existe em si!