As quatro melhores equipas do Campeonato numa Final Four a eliminar, um dérbi ou um clássico sempre garantidos logo nas meias, um jogo decisivo a prometer quaisquer que fossem os protagonistas. É este o resumo do segundo momento de atribuição de títulos no calendário nacional de basquetebol, com a Taça Hugo dos Santos a servir quase como barómetro do atual momento das equipas na antecâmara dos últimos meses de prova. Neste caso, e logo a abrir, havia duelo entre os dois últimos vencedores da competição, FC Porto e Sporting. E com o principal foco de atenção nos leões após mais uma semana agitada em que Roderick Camphor, substituto de DJ Fenner que deixou o clube após ser alvo de uma agressão num treino de Travante Williams, acabou por não assinar por ter uma lesão que o impedia de jogar no próximo mês.

Porto rouba invencibilidade ao Sporting num clássico de basquetebol renhido

“Não nos dão como favoritos, até porque temos um estrangeiro em falta, mas continuamos sempre com a mesma ambição, que é ganhar todas as provas. Aliás, somos a única equipa que ainda pode ambicionar fazê-lo, pois conquistámos a Supertaça. Mesmo não sendo favoritos, temos essa ambição e estamos preparados. O FC Porto é a equipa menos batida da Liga, está a fazer uma boa segunda ronda na FIBA Europe Cup mas costumamos ter boas prestações quando estamos sob pressão e temos de ganhar”, comentara Pedro Nuno, treinador do conjunto verde e branco, em declarações aos meios de comunicação do clube.

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“Tenho falado com os jogadores sobre o risco que é darmos passos atrás neste momento, quer em termos da qualidade de jogo, quer em termos da intensidade e da forma como são cúmplices e solidários uns com os outros no ataque e na defesa. Tudo o que fizermos no sentido oposto vai atrasar o nosso processo. Até agora os passos têm sido gigantes, tem funcionado muito bem. O Sporting está diferente, nomeadamente na forma de jogar, pois trocou as posições de alguns jogadores. Vai ser um jogo muito complicado frente a uma equipa que joga com muita intensidade e que tem os mesmos objetivos que nós”, salientara Fernando Sá, técnico dos dragões que continuava sem poder contar com Charlon Kloof, aos meios do clube.

Os portistas chegavam a este clássico com sete vitórias consecutivas entre provas nacionais e FIBA Europe Cup, liderando ainda a fase regular do Campeonato depois da vitória na Luz que “vingou” a eliminação na Taça de Portugal também frente ao Benfica. Já os leões, terceiros na Liga, não evitavam a irregularidade que tem marcado toda a temporada e que coloca a equipa a ser capaz de ganhar o dérbi fora mas também a perder com Imortal ou V. Guimarães. No entanto, e como cada clássico tem sempre a sua história, a equipa lisboeta “vingou” a derrota na Liga, venceu com uma grande exibição de Marcus LoVett e garantiu uma das vagas no encontro decisivo da competição este domingo, onde irá defrontar Benfica ou Ovarense.

Após um arranque de jogo equilibrado, o Sporting foi conseguindo um ligeiro ascendente na partida que se adensou nos minutos finais do primeiro período, juntando à eficácia ofensiva de Marcus LoVett (oito pontos só nesse parcial) uma agressividade defensiva que lhe valeu cinco pontos de avanço nos dez minutos iniciais (26-21). Fernando Sá reunia tropas para tentar encurtar distâncias e houve ainda um momento em que o Pavilhão de Gondomar elevou os decibéis de apoio quando Michael Finke conseguiu marcar um triplo com falta mas foram os leões que foram aumentando a sua vantagem numa exibição sempre assente numa defesa que conseguia fazer a diferença, alcançando pela primeira vez os dez pontos de avanço e chegando mesmo ao intervalo com aquela que era a maior diferença até ao momento entre os dois conjuntos (47-35).

O segundo tempo foi mantendo a distância entre os dois conjuntos até meio do terceiro período, altura em que cinco pontos consecutivos de Max Landis colocaram o jogo em 54-46 e funcionaram como um gatilho para outra atitude dos azuis e brancos, bem mais agressivos numa defesa que arriscava de quando em vez o campo inteiro e criou outras dificuldades aos lisboetas. O jogo parecia estar a mudar mas, apesar de ter ainda colocado a partida a duas posses de bola, o FC Porto não evitou uma ponta final melhor do Sporting que recolocou a diferença nos 11 pontos à entrada do último parcial (67-56) antes de nova reação que foi sendo controlada com os lançamentos em momentos chave de Armwood e LoVett até à vitória por 97-84.

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