Quando Gareth Bale terminou a carreira de jogador de futebol, logo nos primeiros dias do ano, não foi preciso fazer um grande exercício de futurologia para perceber que o próximo capítulo da vida do galês iria passar pelo golfe. Apaixonado pela modalidade — tantas vezes mais apaixonado do que pelo futebol –, Bale estava a largar as balizas para se dedicar aos tacos. O que poucos poderiam esperar, porém, era que a dedicação seria mais do que um mero hobby.
Esta terça-feira, através das redes sociais, o agora ex-avançado anunciou que vai participar num dos eventos do PGA Tour, o principal circuito mundial de golfe. “Estou encantado por anunciar que vou jogar no AT&T Pebble Beach Pro-Am no início do próximo mês! Vamos!”, escreveu Bale, referindo-se ao torneio que decorre ao longo de duas semanas, já no começo de fevereiro, na Califórnia.
De acordo com a BBC, o evento em que o antigo jogador do Tottenham e do Real Madrid vai participar vai receber 156 participantes amadores e 156 atletas profissionais — sendo que este último lote inclui Matt Fitzpatrick, atual campeão em título do US Open, Patrick Cantlay, número 5 do ranking internacional, e também Jordan Spieth, que já conquistou três majors.
Ainda assim, apesar do óbvio interesse, do gosto pela modalidade e da vontade de passar mais tempo a dar tacadas, existia uma dúvida que nunca tinha sido desmistificada: será que Gareth Bale, uma das maiores estrelas do futebol europeu na última década, tinha mesmo talento para o golfe? Aparentemente, tem.
"You can't be so good at professional football and golf at the same time. It just doesn't seem fair."
– @JonRahmPGA to @GarethBale11 ???? pic.twitter.com/TcMhDdHjRW
— PGA TOUR (@PGATOUR) January 24, 2023
Jon Rahm, o espanhol que conquistou o US Open em 2021 e já foi líder do ranking mundial, jogou ao lado do galês na antecâmara do Farmers Insurance Open, outro evento do PGA Tour que vai decorrer ao longo da semana. E ficou genuinamente impressionado com o que viu em Torrey Pines, nos Estados Unidos.
“Disse-lhe que não podia ser tão bom no futebol e tão bom no golfe ao mesmo tempo, não me parece justo. Não pode ter estado dedicado a uma única coisa e ter tanto talento para o golfe, não é minimamente justo”, começou por contar Rahm aos meios oficiais do PGA Tour, acrescentando que Bale não pediu dicas nem conselhos. “Não pediu nada. Nem tem de pedir, já é bom o suficiente. Não faz sentido nenhum ser tão bom quando foi jogador profissional de futebol. Quando conseguir praticar mais, vai tornar-se muito melhor. É um jogador muito, muito bom”, garantiu.
“Sinto-me incrivelmente sortudo.” Gareth Bale anuncia o fim da carreira