O futebol é momento. São fases. Terá sempre aquela pontinha de sorte, daquelas que se remetem de forma exclusiva para o trabalho mas que muitas vezes não passam disso mesmo – uma pontinha de sorte. A meio da primeira parte, já com o Sporting em vantagem, Ricardo Esgaio teve um lance em que fez um pique para tentar evitar que uma bola saísse pela lateral, tocou na mesma para dentro de campo e colocou-a nos pés de um jogador do Sp. Braga com o resto da equipa a poder ser apanhada em desequilíbrio posicional. Afinal, já tinha saído. Por uma mera questão de centímetros, um possível erro passou a um louvável esforço. E o lateral, no dia seguinte à venda de Pedro Porro para o Tottenham, foi um dos melhores em campo.

O início da aMoritização das dívidas a curto prazo (a crónica do Sporting-Sp. Braga)

Antes da Final Four da Taça da Liga, onde foi titular contra o Arouca nas meias pela gestão física feita com o espanhol, Ricardo Esgaio só tinha minutos de competição na partida dos quartos frente ao Sp. Braga. Agora, voltou a ser titular em Alvalade três meses e meio depois do fatídico encontro com o Marselha na Liga dos Campeões em que viu dois amarelos e o consequente vermelho apenas em 19 minutos. Desta vez, tudo correu bem. O jogador formado nos leões soube ter boas subidas pelo flanco direito, fez três passes para finalização, esteve envolvido em vários lances perigosos, mostrou-se seguro a defender fechando também por dentro quando necessário para ajudar St. Juste no primeiro encontro com 90′ para o neerlandês. Só faltou mesmo o golo, que poderia ter chegado numa grande penalidade que Pedro Gonçalves não “abdicou”.

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“O Esgaio é um jogador que precisa de ritmo para jogar e hoje recebeu muito carinho dos adeptos. Isso faz toda a diferença. Às vezes um jogador não se sentindo tão confortável vai com sensações diferentes para o campo mas hoje foi completamente diferente. Metade da exibição do Esgaio deve-se aos adeptos. Sentiu essa força e o jogo depois também se desenrolou de uma forma que o ajudou durante o resto do encontro. Já vem a fazer isto há muitos anos em Portugal e hoje voltou a fazer. Chermiti? É muito forte a segurar a bola, tem pouco ritmo este ano porque esteve lesionado. Mostrou as características que tem, é muito chato e tem um grande cabeceamento. Esteve muito bem no apoio e não podia estar mais satisfeito com ele”, começou por comentar Rúben Amorim na flash interview da SportTV após a goleada por 5-0.

Penálti para o Chermiti? Eu percebi que estavam a gritar pelo Esgaio… Os adeptos queriam, e também devido ao momento que eles estão a passar, dissemos ao Esgaio para ir mas o Pote queria marcar o penálti. Portanto, o Esgaio foi falar com ele, eles decidiram entre eles e quando eles decidem a bem… São dois bons marcadores porque na equipa B era o Esgaio que marcava. Marcou o Pote, ganhámos e é o que interessa”, explicou o técnico sobre a grande penalidade.

“Marcando mais cedo conseguimos controlar o jogo. Precisávamos deste resultado depois da final [da Taça da Liga], que foi dolorosa. Estivemos sempre mais perto do golo. Fomos com justiça em vantagem para o intervalo. Marcámos novamente a abrir e tornou-se tudo mais fácil. Mantivemos o ritmo e foi uma boa vitória. Mais próximos dos lugares de acesso à Champions? Não, nem podemos pensar nisso, depois há qualquer coisa que acontece. Queremos vencer o próximo jogo, agora temos mais dois pontos do que na primeira volta. Vamos ver agora em Vila do Conde, temos de vencer”, concluiu o treinador verde e branco lançando já uma partida onde não poderá contar com Coates que vai cumprir castigo com o Rio Ave.

“Esperávamos um jogo complicado contra o Sp. Braga, que está a fazer uma grande época. Entrámos bem, começámos a ganhar e a expulsão tornou o jogo mais fácil. Aproveitámos esses momentos para ganhar e não sofrer. Tenho de estar sempre preparado para jogar. Hoje surgiu a oportunidade e felizmente correu bem. É trabalhar mais todos os dias para melhorar. Porro? Sabemos a qualidade que ele tem, por isso foi vendido como foi. Somos jogadores diferentes. Tento fazer o meu trabalho, às vezes corre bem e outras não, mas tento dar o meu melhor em todos os jogos desde que esteja lá dentro”, salientou Ricardo Esgaio.