Com uma margem de dois golos graças aos conforto de um resultado de 5-3, os jogadores do Real Madrid sentados no banco de suplentes assistiram aos últimos minutos da final do Mundial de Clubes, que se disputou em Rabat, Marrocos, e em que onde os meregues venceram os sauditas do Al Hilal, com um ar impávido.

Sentados com o cotovelos nos joelhos e o queixo apoiado nas mãos aguardavam que a partida chegasse ao fim. Ganhar cansa e há também quem esteja cansado de ganhar. Este tem sido um troféu descredibilizado pelas equipas europeias que, normalmente, com maior o menor dificuldade, acabam por o vencer, ainda está para ser fundado o clube que não quer o epíteto de melhor clube do mundo.

O Real Madrid, vencedor da Liga dos Campeões 2021/22, tinha pela frente o vencedor da Liga dos Campeões da Ásia da época anterior. Quando o Al Hilal, agora orientado pelo argentino Ramón Díaz, venceu o Pohan Steelers da Coreia do Sul (2-0) na final da competição continental, o treinador dos sauditas ainda era ainda Leonardo Jardim.

A equipa de Riade tentava algo inédito. Além do Al Hilal nunca ter conquistado a prova, tentava o feito inédito de ser a primeira equipa asiática a vencer a competição. Aliás, desde 2010, ano em que a competição se começou a designar Mundial de Clubes, sucedendo à Taça Intercontinetal, não há uma equipa não europeia a vencer a taça. O último clube a conseguir a proeza foi o Corinthians.

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Para chegar à discussão do título, o Al Hilal teve que eliminar o Wydad Casablanca (1-1, 4-3 nas grandes penalidades) e o Flamengo (3-2). O Real Madrid teve apenas que disputar um jogo. Os merengues venceram o Al-Ahly por 2-1 antes de garantirem lugar numa final que venceram com tranquilidade, mas onde o relaxamento permitiu ao adversário ter momentos de destaque.

A dança de Vinícius (13′) foi o mote para o espetáculo do Real Madrid. O brasileiro encarou o guarda-redes Al Maiouf e atirou para o motivo que o levou a festejar num estilo tantas vezes criticado. Los blancos estavam num bom momento e chegaram ao segundo golo com naturalidade. Fede Valverde (18′), com a bola no ar, rematou de maneira que parecia defensável para o guarda-redes, mas o saudita deixou a bola escapar para dentro da baliza.

O Al Hilal tem no seu plantel várias caras conhecidas do futebol português. André Carrillo, Moussa Marega e Luciano Vietto são figuras de relevo no clube de Riade e que, na final do Mundial de Clubes, marcaram a diferença. Marega (26′) encarregou-se de reduzir para 2-1 num período em que, por consentimento do Real, o Al Hilal foi tendo alguma posse de bola.

O momento positivo dos rivais do Al Nassr de Cristinao Ronaldo prolongou-se até aos 54 minutos, quando Benzema (54′) deu claramente a impressão de que bastava os madrilenos quererem e marcavam. Dois minutos depois, Valverde (58′), assistido com rigor por Benzema, completou o primeiro bis do encontro.

Depois de um ex-FC Porto dar um ar da sua graça, foi a vez de um antigo jogador do Sporting também se mostrar. Luciano Vietto (64′), com classe, fez o 4-2, picando a bola por cima do guarda-redes do Real Madrid, Lunin, no primeiro de dois duelos que o argentino viria a vencer diante do ucraniano.

De golo em golo, Vinícius (69′) marcou o segundo da conta pessoal e o quinto do Real ao roubar a bola ao próprio colega de equipa e a finalizar um lance que não era suposto tê-lo como protagonista maior. O Al Hilal conseguiu novamente responder por Vietto (79′), mas já tarde para que o 5-3 não fosse definidor do vencedor do título.

O Real Madrid conquistou o seu quinto Mundial de Clubes (oitavo, se considerarmos a Taça Intercontinental), mais do que qualquer outra equipa. O Flamengo de Vítor Pereira terminou a terceira posição.