A companhia aérea de bandeira da Nova Zelândia cancelou este domingo dezenas de voos, enquanto os habitantes da maior cidade do arquipélago, Auckland, se preparavam para um dilúvio devido à passagem do ciclone tropical Gabrielle.

A Air New Zealand cancelou todos os voos domésticos de e para Auckland até ao meio-dia de terça-feira (23:00 de segunda-feira em Lisboa), assim como voos de e para as cidades de Hamilton, Tauranga e Taupo, todas situadas na ilha Norte.

A companhia aérea cancelou também muitos voos internacionais e disse que as restantes rotas internacionais poderiam ter de ser desviadas de Auckland para outras cidades no sul da Nova Zelândia.

O ciclone Gabrielle já estava, este domingo, a afetar a ilha norte do arquipélago, com ventos fortes e inundações que fizeram com que algumas estradas fossem fechadas, incluindo a que atravessa o porto de Auckland, e milhares de casas ficassem sem energia.

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“Dada a posição e a intensidade de Gabrielle, este fenómeno representa um risco muito alto de condições climáticas severas, com graves consequências e sem precedentes”, disseram os serviços meteorológicos da Nova Zelândia, que preveem para segunda-feira até 250 milímetros de chuva em Auckland.

“Por favor, levem isto a sério”, disse o primeiro-ministro da Nova Zelândia. Numa conferência de imprensa, Chris Hipkins apelou aos habitantes para estarem preparados “se tiverem de ficar em casa durante algum tempo ou se tiverem de abandonar as vossas casas”.

A velocidade dos ventos de Gabrielle abrandou para rajadas com cerca de 140 quilómetros por hora, após terem atingido 155 quilómetros por hora na passagem pelo remoto arquipélago australiano de Norfolk, localizado no Oceano Pacífico.

O responsável pela gestão de emergências de Norfolk disse que havia alguns destroços nas estradas e algumas linhas de abastecimento de eletricidade tinham caído nas ilhas, situadas a cerca de 1.500 quilómetros a nordeste de Sydney.

“Tivemos muita sorte com a passagem do ciclone, pois os ventos mais destrutivos simplesmente não nos atingiram”, escreveu George Plant, na rede social Facebook.

“No entanto, ainda há uma limpeza considerável a ser realizada e pode demorar um pouco até que serviços como o abastecimento de energia sejam retomados”, acrescentou.

O estado de emergência ainda está em vigor em Auckland, que registou no final de janeiro uma tempestade de dimensões históricas, com uma quantidade de chuva, em apenas um dia, igual à que normalmente cairia durante todo o verão.

As inundações mataram quatro pessoas, obrigaram milhares a abandonar as suas residências e deixaram centenas de casas inabitáveis na cidade de 1,6 milhão de pessoas.