Rei morto, rei posto, uma nova esperança para um outrora príncipe que se tornou rei mas entretanto tinha perdido a coroa. Depois de uma longa caminhada como indiscutível da seleção de Espanha, Sergio Ramos fez um encontro de classificação frente ao Kosovo em março de 2021 e não mais voltara a ser opção. O calvário de lesões no arranque da aventura no PSG também não ajudou mas nem mesmo quando se tornou opção no campeão francês a realidade mudou, ficando de fora do último Mundial do Qatar. Agora, com a saída de Luis Enrique e a promoção de Luis de la Fuente, o central tinha esperança de poder voltar onde esteve sempre ao longo de uma década. Afinal, ficou tão ou mais riscado do que estava. E decidiu renunciar à Roja.

“Chegou a hora, a hora de dizer adeus à seleção, à nossa querida e emocionante Roja. Na manhã de hoje [quinta-feira] recebi uma chamada do atual selecionador, que me comunicou que não conta nem vai contar comigo, independentemente do nível que possa mostrar ou de como prossiga a minha carreira desportiva. Com muito pesar, é o final de um caminho que esperava que fosse mais longo e que terminasse com melhor sabor de boca, à altura de todos os êxitos que temos conquistado com a nossa Roja”, começou por apontar Sergio Ramos, de 36 anos, apontando o dedo a de la Fuente pela decisão agora revelada.

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“Humildemente, creio que esta trajetória merecia terminar por uma decisão pessoal ou porque o meu rendimento não estava à altura do que merece a nossa seleção e não por uma questão de idade ou outras razões que, sem ter ouvido, senti. Porque ser jovem ou menos jovem não é uma virtude ou um defeito, é apenas uma característica temporal que necessariamente não está relacionada com o rendimento ou com a capacidade. Olho com admiração e inveja para Modric, para Messi, para Pepe… A essência, a tradição, os valores, a meritocracia e a justiça no futebol”, prosseguiu o central explicando a decisão.

“Lamentavelmente não será assim para mim porque o futebol nem sempre é justo e o futebol nunca é apenas futebol. Por tudo isso assumo esta tristeza que partilho com todos vós mas também de cabeça levantada e muito agradecido por todos estes anos e por todo o vosso apoio. Levo recordações impossíveis de apagar, todos os títulos pelos quais lutámos e celebrámos juntos e o tremendo orgulho de ser o jogador espanhol com mais internacionalizações. Este escudo, esta camisola e estes adeptos, todos vós, fizeram-me muito feliz. Continuarei a dar ânimo ao meu país desde casa com a emoção do privilegiado que pude ser por ter representado 180 vezes a seleção. Obrigado a todos vós que sempre acreditaram em mim”, concluiu.

De recordar que Sergio Ramos participou em sete fases finais de Mundiais e Europeus, sendo campeão do mundo em 2010 e campeão europeu em 2008 e 2012. O central marcou 23 golos em 180 jogos pela Roja, tendo ainda um segundo e um terceiro lugares na Taça das Confederações em 2013 e 2009.