A Fundação de Serralves anunciou esta sexta-feira, no Porto, um projeto de recolha de memórias e testemunhos para celebrar o centenário do Parque, apelando ao envolvimento dos seus visitantes, através da partilha, por exemplo, de fotografias e histórias.
Na apresentação da programação para este ano de centenário do Parque, a presidente da Fundação de Serralves, Ana Pinho, lembrou que “as memórias de cada um contribuem para o conhecimento do Parque, das suas sociabilidades que compõem a sua história, da sua relação com a cidade, da forma como os jardins e os lugares se têm perpetuado e transformado”.
Ana Pinho sublinhou que todas as memórias são “imagens particulares de momentos e sensações, são retratos de como o Parque tem influenciado e sido influenciado por todos os que passam por ele”.
O programa de recolha de memórias inclui entrevistas com responsáveis pelas políticas e gestão do Parque e da Fundação de Serralves, frequentadores, visitantes e outros protagonistas.
Para os dias 03, 17 e 30 de março estão agendados encontros que irão reunir vários convidados para participar em conversas coletivas.
Na apresentação da programação, a historiadora Maria Fernanda Rollo, que lidera o projeto “100 Anos do Parque”, fez um convite alargado ao público para que colabore neste projeto.
Assim, nos dias 21 e 22 de abril, o Parque abrirá as suas portas para os denominados Dias da Memória, convidando as pessoas a partilhar as suas recordações, memórias, fotografias e outros objetos.
“O que vai acontecer é convidar as pessoas a gravar os seus testemunhos em áudio e em vídeo e, depois, se tiveram aquelas fotografias de quando eram pequeninos e estavam aqui na Festa do Espantalho ou quando vieram fazer outras atividades, enfim, nós registaremos e ampliaremos este património”, disse a responsável.
Para este efeito, está também disponível o contacto de email: memorias@serralves.pt.
A 25 de maio, irá realizar-se a apresentação pública e publicação na Internet “das entrevistas realizadas, devidamente indexadas e classificadas”, acrescentou.
No âmbito da programação dos 100 anos, destacam-se também, segundo a diretora do Parque, Helena Freitas, “novos projetos infraestruturais, como a nova Horta Pedagógica, a Estufa e os Novos Caminhos da Quinta que permitirão uma acessibilidade universal”.
Ao longo do ano continuará a ser desenvolvida uma programação regular de conversas, que será complementada com uma programação contínua no Treetop Walk, na Casa dos Jardineiros, nos Charcos e na Quinta e com a continuidade de atividades específicas como os Sons do Parque, os Mercados e as visitas temáticas e sazonais ao Parque, entre outras.
O Parque continuará também a servir de palco principal de eventos que caracterizam Serralves, como, por exemplo, o Serralves em Festa (02, 03 e 04 junho), o Bioblitz (08 a 14 de maio) e a Festa do Outono (23 e 24 setembro), além de conferências, exposições e apresentação do livro “Parque de Serralves: 100 anos de História” (18 de novembro).
Ainda este ano, o Parque terá a sua primeira exposição internacional, na Ilha de Príncipe, em S. Tomé e Príncipe, dedicada às reservas da biosfera dos países de língua portuguesa.
O Parque de Serralves é composto por vegetação autóctone e exótica, compreendendo cerca de oito mil exemplares de plantas lenhosas, representando sensivelmente 230 espécies e variedades.
A história do Parque de Serralves começou em 1923, quando Carlos Alberto Amaral, 2.º Conde de Vizela, herdou a propriedade, renovou e criou os seus jardins. Mais tarde, Serralves foi comprado pelo industrial Delfim Ferreira, já na década de 1950, e em 1986 foi adquirido pelo Estado, tendo aberto ao público em 1987.