A EDP obteve, em 2022, lucros de 679 milhões de euros, mais 3% do que em 2021, anunciando desde já a intenção de propor o pagamento de um dividendo por ação de 19 cêntimos.
Em comunicado, a empresa explica que “a seca extrema registada em Portugal no período de 12 meses terminado a setembro de 2022 penalizou fortemente os resultados da EDP em 2022, mesmo considerando a forte pluviosidade no quarto trimestre de 2022, que permitiu a recuperação do armazenamento nas albufeiras para níveis acima da média (cerca de 70%), melhorando as perspetivas de produção no início de 2023”.
Segundo a empresa, o desempenho em Portugal levou a um prejuízo no país de 257 milhões de euros, originado pela seca, mas também, acrescenta a EDP, às imparidades com centrais térmicas. A elétrica indica que teve 192 milhões de euros de custos não recorrentes devido às provisões com estas centrais, mas não apenas em Portugal. Foi também com centrais do Brasil e Península Ibérica.
A EDP indica um custo de 52 milhões de euros com a CESE (Contribuição Extraordinária para o Setor Energético), a que acresce IRC e outros impostos diferidos no total de 398 milhões de euros.
O EBITDA (rentabilidade operacional medida através dos resultados antes de impostos, depreciações, amortizações, juros) da EDP subiu 22% para 4.524 milhões de euros. As renováveis fizeram 2.538 milhões de EBITDA e as redes 1.504 milhões.
A dívida líquida da EDP subiu 14% para mais de 13 mil milhões de euros, um aumento de 1,7 mil milhões face a dezembro do ano passado, o que a empresa explica pela “aceleração do investimento”, mas também pela valorização do real e do dólar.
A empresa fechou o ano com um investimento total de 6,5 mil milhões de euros. A capacidade instalada atingiu os 26.187 MW, com as renováveis a pesar 79%. Já na produção o peso das renováveis ficou-se nos 74% de um total de 61,35 GWh.