Xi Jinping enfatizou esta segunda-feira a necessidade de fortalecer a segurança nacional e promover a “autossuficiência tecnológica”, no seu primeiro discurso após assumir um inédito terceiro mandato como Presidente da China.
“A segurança é a base do desenvolvimento”, afirmou o líder chinês, no discurso de encerramento da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China. “A estabilidade é um pré-requisito para a prosperidade”, acrescentou Xi, perante os quase três mil delegados reunidos no Grande Palácio do Povo, em Pequim.
Xi Jinping obteve, na sexta-feira, um inédito terceiro mandato como chefe de Estado. Ele foi nomeado sem nenhum voto contra dos delegados da APN.
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Analistas apontam para o culminar de uma era iniciada por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo, nos anos 1980. A “segurança e controlo”, em detrimento do desenvolvimento económico, parecem agora orientar as decisões políticas de Pequim, numa altura de crescentes tensões com os Estados Unidos e vários países vizinhos, suscitadas por disputas territoriais, comerciais e tecnológicas.
É necessário “promover plenamente a modernização da Defesa e das Forças Armadas, e converter [o exército] numa Grande Muralha de Aço, capaz de proteger efetivamente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento” da China, afirmou Xi Jinping.
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O líder chinês disse que o país “deve trabalhar para alcançar maior autossuficiência tecnológica“, depois de os EUA, em coordenação com outros países, terem aumentado as restrições no fornecimento à China de componentes essenciais para a produção de alta tecnologia.
“A China deve criar um novo modelo de desenvolvimento” e “promover a transformação industrial”, defendeu Xi. O líder chinês pediu uma “implementação da estratégia para revitalizar a China através da ciência e tecnologia” e o “avançar na coordenação do desenvolvimento urbano e rural”.
Na semana passada, Pequim anunciou uma reforma do ministério da Ciência e Tecnologia, com o objetivo de “melhorar a eficiência e autossuficiência tecnológica”, visando combater a “contenção externa”. O órgão reformulado transferirá funções como a formulação de políticas tecnológicas para o setor agrícola para outros ministérios, a fim de “desempenhar um papel maior” na “conquista de avanços tecnológicos”, de acordo com a imprensa oficial.