O consumo de droga na Europa é mais frequente à sexta, ao sábado e ao domingo, a substância mais utilizada é a cocaína e Portugal é um dos países onde o consumo é mais elevado, a par de Espanha, Bélgica e Países Baixos. Estas são as conclusões do relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, publicado na manhã desta quarta-feira e citado pelo Diário de Notícias.
O documento, a que a agência Lusa também teve acesso, tem como base a análise das águas residuais de 104 cidades de 21 países — estão aqui incluídas Lisboa, Porto e Almada — e, além da cocaína, também se verificou o aumento do consumo de metanfetamina.
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Há ainda outra substância a apontar, incluída nas análises, pela primeira vez, no ano passado: a cetamina, que tem efeito anestésico e sedativo. E as maiores concentrações foram encontradas em Portugal, Espanha, Itália e Dinamarca.
No caso específico de Portugal, só no Porto é que não foi detetada a presença de metanfetaminas e nas três cidades onde foram realizados testes às águas residuais foram encontrados vestígios de cocaína, canábis, MDMA, ecstasy e anfetaminas. Aliás, Lisboa, Porto e Almada apresentam dos valores mais elevados de vestígios de consumo de cocaína, MDMA, cetamina e canábis detetados nas águas residuais.
Em relação à cocaína, foram detetados aumentos de consumo em Lisboa e Almada e uma situação estável no Porto relativamente a 2021, enquanto a nível global, os resultados agora divulgados apontam para um crescimento contínuo nas deteções desta droga, uma tendência que vem a ser observada desde o início deste tipo de estudo, em 2016, “apesar de algumas flutuações durante os confinamentos relacionados com a Covid-19”.
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“As amostras de águas residuais podem contar-nos histórias reveladoras sobre a vida de uma comunidade e podem fornecer um alerta rápido sobre potenciais ameaças emergentes à saúde”, explicou Alexis Goosdeel, diretor deste Observatório.
Sobre a canábis, a droga mais consumida em toda a União Europeia, as três cidades portuguesas observadas tiveram “aumentos ligeiros” de consumo em comparação com 2021. Ainda assim, Portugal surge no grupo das cidades da Europa ocidental e meridional, juntamente com as da Chéquia, Espanha e Países Baixos, onde foram registadas as cargas mais elevadas dos metabolitos desta droga (THC-COOH).