Um pouco à semelhança do que já tinha acontecido no Tirreno-Adriático, uma espécie de mega aquário na estrada com a maioria dos tubarões do ciclismo internacional que têm ambições no Giro e no Tour (a Vuelta fica para mais tarde), a Volta à Catalunha tem promovido duelos fantásticos nas chegadas com alguns dos grandes nomes da atualidade. Na quinta tirada, a etapa rainha que ligava Tortosa a Lo Port com a subida mais complicada da competição, foi isso que se voltou a ver e mais uma vez com um peixinho a fazer jus à alcunha e a ser Bota Lume na concorrência: João Almeida terminou na terceira posição apenas a 12 segundos do vencedor e, com isso, subiu também ao terceiro da classificação geral a dois dias do final.

A confirmação de uma semana (quase) perfeita: João Almeida fecha Tirreno-Adriático em segundo com vitória na juventude

No exato dia em que cumpria um ano da grande vitória na quarta etapa que lhe deu a liderança da Volta à Catalunha antes do autêntico golpe em toda a concorrência de Richard Carapaz e Sergio Higuita com uma fuga de mais de 100 quilómetros que conseguiu ter sucesso, o português voltou a conseguir agarrar o grupo que descolou no final da subida contando também com o companheiro de equipa Marc Soler (28”) e só mesmo no final deixou escapar os dois grandes favoritos à vitória final, com Roglic a ganhar de novo o duelo a Remco Evenepoel. Depois dos líderes da Jumbo e da Soudal Quick Step e dos dois corredores da UAE Team Emirates surgiu Rigoberto Urán (EF Education, 44”), que completou o top 5. Seguiram-se Lenny Martínez (Groupama, 47”), Mikel Landa (Bahrain, 56”), Michael Woods (Israel, 56”), Jai Hindley (Bora, 1.04) e Cian Uijtdebroeks (Bora, 1.15). Giulio Ciccone (Trek) foi apenas o 11.º a 1.28 de Primoz Roglic.

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Assim, e depois desta quinta tirada com chegada a Lo Port, Roglic passa a ter dez segundos de avanço sobre Remco devido às bonificações numa luta que promete manter-se até domingo, ao passo que João Almeida subiu à terceira posição a 1.02 minutos do esloveno. Seguem-se Mikel Landa e Marc Soler a 1.50 (Ciccone desceu para sétimo a 1.57, Jai Hindley passou para oitavo a 2.02), o que abre a possibilidade do segundo pódio consecutivo numa prova do World Tour depois do segundo lugar no Tirreno-Adriático.

Depois de ter feito três provas de um dia em Espanha em janeiro, no início da temporada, João Almeida começou com uma sexta posição na Volta ao Algarve – condicionada pelo mau tempo no contrarrelógio devido a uma falha de comunicação com a equipa depois de na véspera ter subido a terceiro da geral com o segundo lugar na chegada ao Alto do Malhão –, foi depois segundo no Tirreno-Adriático apenas atrás de Roglic com quatro etapas no top 8 e está agora em vias de assegurar o terceiro posto na Volta à Catalunha, o que iria permitir a repetição do que conseguiu no ano passado antes de começar o Giro de Itália.