Com o Parque das Nações como pano de fundo e sob o tema “Um setor unido é um setor forte para enfrentar os desafios futuros”, foi assim que teve início a 4ª Convenção da APDCA. Destinada a todos os intervenientes do setor do comércio de automóveis usados, este foi um evento que teve como objetivo avaliar o estado do setor e antecipar desafios futuros. Associativismo, ferramentas de financiamento, garantias, o futuro, foram alguns dos tópicos trazidos a debate.
E foi precisamente para falar sobre ferramentas de financiamento que Henrique Henriques, Diretor Comercial Automóvel do Banco Credibom, assumiu o papel de speaker numa mesa-redonda que contou com a moderação de Rui Reis e a participação de Carla Silva, Representante Santander Consumer Finance e Pedro Nuno Ferreira, Representante do BNP Paribas Personal Finance. O objetivo foi colocar em cima da mesa ferramentas que já estão em vigor e, ainda, explorar aquelas que se apresentarão como uma solução no futuro. Aqui, o tema do Renting foi o pontapé de saída para o início da conversa. “O Renting acaba por ser uma consequência daquilo que é o desenvolvimento da sociedade”, começou por dizer Henrique Henriques, acrescentando em seguida: “Cada vez mais os clientes querem soluções simples, rápidas, onde não tenham de ter preocupações. O Renting acaba por ser uma solução quase perfeita em termos de prestação de serviços e soluções que permitem que o cliente esteja mais seguro na compra daquela viatura”. Ainda assim, e para o representante do Banco Credibom, existem ainda algumas questões. “Podem existir aqui dois handicaps que podem reter um pouco uma evolução mais rápida deste produto para esse segmento. Uma será o preço e a segunda o fim do contrato. O cliente, nomeadamente em Portugal, tem uma preocupação muito clara com o preço, o valor que vai pagar mensalmente. E quando olhamos para aquilo que é o produto tradicional de financiamento e fazemos a comparação daquilo que é a mensalidade num crédito tradicional ou num Renting, este é um produto mais caro. E isto mexe com um orçamento de um cliente no particular. Quanto ao fim do contrato, o cliente pode ter uma expectativa no início do processo, mas chegado o final do contrato existe uma questão importante que é a peritagem e aquilo que são os custos que vão ser imputados ao cliente. Isto pode mexer um pouco com a experiência do cliente neste produto”, afirma.
O setor dos carros usados foi um elemento de destaque ao longo de toda a conversa. Para Henrique Henriques a pandemia pode afirmar-se como um dos fatores para a crescente evolução do setor. “Podemos dizer que os usados têm vindo a ganhar espaço e peso, em detrimento dos novos. Devido à pandemia, o recurso às viaturas importadas acabou por acelerar também este crescimento do negócio dos usados em termos globais”, reforça. Ainda assim, quando falamos em evolução, a digitalização é um tema que não pode ser deixado de lado. Se o mercado está a mudar, o cliente e as suas necessidades também. “Fala-se muito no Consumer Journey, na experiência do cliente, e isto deve ser uma das prioridades das empresas. Desde o início da escolha de um carro, da contratação, até ao final do financiamento, a experiência do cliente deve ser uma experiência positiva. Isto pode ser realmente o diferenciador entre um cliente voltar a escolher a mesma entidade ou não. A digitalização é óbvio que é um ponto importante. Mas acima de tudo é preciso conhecer o nosso cliente, porque os clientes não são todos iguais. É importante escutar cada cliente, perceber quais são os seus interesses, qual é o formato que ele mais gosta…e o Credibom tem posto em prática esta ideia – ter um leque de soluções diferentes”, partilhou Henrique Henriques, focando-se em seguida no caminho traçado pelo Credibom neste sentido: “O digital tem vindo a crescer, do lado do Credibom, mas também temos outras soluções. E esta tem sido uma preocupação constante: proporcionar ao cliente uma experiência positiva do início ao fim. Temos vindo a evoluir muito positivamente nesse campo. Hoje em dia conseguimos fazer com que um processo, desde o momento da inserção até à contratação, até ao cash out do dinheiro, seja 100% sem papel. Temos um processo muito ágil, muito fácil para os nossos parceiros, para o cliente, e continuaremos a trabalhar para o tornar cada vez mais forte e robusto”.
Para o representante Credibom, estas mudanças são necessárias e fundamentais para facilitar o processo para os clientes. Sem nunca esquecer o fator segurança. “A questão da fraude é claramente um ponto importante – o processo deve ser robusto o suficiente para que o cliente sinta essa segurança e para que não haja depois qualquer tipo de problema”, acrescenta por fim.
Depois de uma conversa de sucesso, os planos para o resto da tarde seguiram e os temas continuaram a ser colocados em cima da mesa. Algumas perguntas foram respondidas, outras surgiram, e as conclusões não tardaram a chegar: os olhos continuarão postos no desenvolvimento do setor!