Um espectáculo dedicado a Dante (‘Vozes de Dante’) pelo actor Toni Servillo, o intérprete favorito do realizador Paolo Sorrentino; uma exposição inédita em Portugal do fotógrafo italiano Luigi Ghirri (1943-1992), no CCB; uma integral do realizador Elio Petri na Cinemateca, ou  uma programação especial e multidisciplinar organizada pelo Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, são alguns dos pontos altos da Festa do Cinema Italiano, cuja 16ª edição tem lugar em Lisboa entre 29 de Março e 6 de Abril, no Cinema São Jorge, nos UCI-El Corte Inglés e na Cinemateca, e em mais de 20 cidade portuguesas até ao próximo mês de Julho. Da programação com mais de 50 filmes, seleccionámos oito momentos por temas. (Ver aqui o programa integral e todas as informações)

HISTÓRICO: “Dante”

De Pupi Avati

O autor de “A Divina Comédia” é biografado, e interpretado por um ator na juventude (Alessandro Sperduti) e outro na velhice (Giulio Pizzirani), neste filme que Pupi Avati tirou de um livro seu, L’Alta Fantasia, il Viaggio di Boccaccio Alla Scoperta di Dante. O nosso guia é outro grande poeta italiano, Giovanni Boccaccio (Sergio Castellitto). (Cinema São Jorge, dia 2 de abril, 21.30)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

COMÉDIA: “Imperfetti Criminali”

De Alessio Maria Federici

Quatro amigos inseparáveis que trabalham como seguranças, e que não são nem muito brilhantes nem muito corajosos, vão transformar-se em meliantes quando um deles fica desempregado com uma família numerosa para sustentar. O realizador evoca e goza, em simultâneo, a comédia italiana dos anos 50 e 60. (UCI-El Corte Inglés, dia 30 de março, 17.00 / Dia 2 de abril, 21.30)  

FICÇÃO CIENTÍFICA: “Seca”

De Paolo Virzi

Roma, num futuro próximo. Há três anos que não chove e a capital italiana está submetida a medidas drásticas de racionamento. Um pequeno grupo de pessoas lida com a falta de água e relaciona-se entre si. Com Silvio Orlando, Monica Bellucci e Valerio Mastandrea. O realizador Paolo Virzi inspirou-se na pandemia de Covid-19 para rodar esta fita. (Cinema São Jorge, dia 31 de março, 21.30)

ANIMAÇÃO: “Interdito a Cães e Italianos”

De Alain Ughetto

O realizador francês Alain Ughetto, descendente de uma família de camponeses italianos do Piemonte, recorre à animação de volumes para evocar neste filme, onde a comédia e o drama convivem, a história da sua família desde o século XIX, e a forma como os seus avós, pretendendo ir para os EUA, acabaram por se radicar em França. (UCI-El Corte Inglés, dia 30 de março, 15.30/21.30)

DOCUMENTÁRIO: “Sergio Leone — L’Italiano Che Inventò l’America”

De Francesco Zippel

Clint Eastwood, Martin Scorsese, Dario Argento, Tsui Hark, Quentin Tarantino, Giuseppe Tornatore, Jenniffer Connelly e Jacques Audiard são alguns dos nomes do cinema que participam neste documentário rodado para assinalar o 30º aniversário da morte de Sergio Leone, e celebrar a obra do realizador de “O Bom, o Mau e o Vilão” e “Aconteceu no Oeste”. (Cinema São Jorge, dia 3 de abril, 21.30)

MULHER: “Velas Escarlates”

De Pietro Marcello

O novo filme do realizador de “Martin Eden” é uma adaptação do livro homónimo de 1923 do escritor russo Aleksandr Grin. Uma história de amor e de emancipação centrada na personagem de Juliette, uma jovem francesa que acompanhamos ao longo de 20 anos do século XX, entre 1919 e 1939. Com Juliette Jouan, Raphaël Thiéry, Louis Garrel e Noémie Lvovsky. (Cinema São Jorge, dia 3 de abril, 22.00)

RECORDAÇÃO: “L’Uomo in Più”

De Paolo Sorrentino

Datada de 2001 e passada em Nápoles nos anos 80, esta fita assinala a estreia nas longas-metragens do celebrado e oscarizado realizador de “Il Divo”, “A Grande Beleza” ou “A Mão de Deus”. Toni Servillo e Andrea Renzi interpretam, respetivamente, um cantor pop em declínio e um futebolista no auge da carreira, ambos com o mesmo nome: Antonio Pisapia. (UCI-El Corte Inglés, dia 5 de abril, 19.00)

RETROSPETIVA: “A Crítica Política Segundo Elio Petri”

Elio Petri (1929-1982)

Realizou filmes tão importantes e variados, que vão da intervenção política à ficção científica, ao fantástico, à comédia negra anarquizante e ao policial, como “Inquérito a um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita” (1970, Óscar de Melhor Filme Estrangeiro), “A Classe Operária Vai para o Paraíso” (1971, Palma de Ouro do Festival de Cannes, “ex-aequo” com “O Caso Mattei”, de Francesco Rosi), “A Décima Vítima” (1965), “Um Tranquilo Lugar na Província” (1967), “Não Se Brinca com o Dinheiro” (1973) ou “Crimes à Moda Antiga” (1967). Trabalhando regularmente com argumentistas como Ugo Pirri, compositores como Ennio Morricone e atores como Gian Maria Volontè (o seu intérprete favorito), Marcello Mastroianni, Franco Nero, Mariangela Melato ou Ugo Tognazzi, Petri desapareceu cedo demais, apenas com 53 anos, é um cineasta hoje algo esquecido e vai ter uma integral nesta Festa do Cinema Italiano. A revisitar ou descobrir. (Cinemateca, de 1 a 26 de abril)