A China conduz este domingo, 9 de abril, mais um dia de exercícios militares, programados até segunda-feira, em torno de Taiwan, numa resposta de Pequim, ao encontro da líder da ilha com um responsável norte-americano.

As manobras foram anunciadas e lançadas depois de a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, se ter encontrado com o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy, na Califórnia, na quarta-feira, reunião à qual Pequim prometeu responder com medidas “firmes e enérgicas”.

China realiza exercícios militares no estreito de Taiwan

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Na segunda-feira, os exercícios no estreito de Taiwan vão incluir fogo real, de acordo com as autoridades de Fujian, província chinesa no leste do país, situada em frente à ilha.

O objetivo é estabelecer a capacidade da China de “assumir o controlo do mar, do espaço aéreo e da informação (…) a fim de criar uma dissuasão e um cerco total” de Taiwan, disse, no sábado, a televisão estatal chinesa.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detetado, no sábado, nove navios e 71 aviões militares em redor da ilha, com Pequim a indicar que participam nestes exercícios navios de guerra, vedetas de combate lança-mísseis, caças, além de meios de abastecimento e de bloqueio.

As manobras “servem como um aviso sério contra a conivência entre forças separatistas que procuram a ‘independência de Taiwan’ e forças externas, bem como contra atividades provocatórias”, advertiu um porta-voz do exército chinês, Shi Yi.

Tsai denunciou o “expansionismo autoritário” da China, no sábado, e disse que Taiwan ia “continuar a trabalhar com os EUA e outros países (…) para defender os valores da liberdade e da democracia”, enquanto Washington voltou a apelar para a manutenção do ‘status quo’, garantindo “estar confiante nos recursos e capacidades suficientes [dos EUA] na região para assegurar a paz e a estabilidade”.

A China está descontente com a aproximação, nos últimos anos, entre as autoridades taiwanesas e os EUA, que, apesar da ausência de relações oficiais, fornecem à ilha apoio militar substancial.

Washington reconheceu a República Popular da China em 1979 e, em teoria, não devia manter qualquer contacto oficial com a República da China (nome oficial de Taiwan), ao abrigo do “princípio de uma só China”, defendido por Pequim.

A China considera Taiwan, com 23 milhões de habitantes e autónoma desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, como uma província a reunificar com o resto do território.