Depois da desilusão de Portimão, com a queda provocada por Marc Márquez numa altura em que podia lutar pela vitória e a consequente lesão que o retirou de pista na Argentina, Miguel Oliveira voltava à competição no Grande Prémio das Américas. Na terceira corrida do ano, o piloto português procurava ir atrás do prejuízo e voltar a pontuar para subir na classificação geral — para isso, porém, precisava de uma boa qualificação.

O português da RNF Aprilia teve uma sexta-feira complicada, com duas quedas na segunda sessão de treinos — algo que nunca lhe tinha acontecido em toda a carreira –, e foi apenas 15.º nos tempos combinados. “Temos muito potencial, comecei bem a sessão. Na primeira queda toquei um bocadinho a linha branca e não havia aderência nenhuma. Foi uma queda ok, mas muito longa. A segunda foi um pequeno deslize na curva 12, o asfalto aqui está muito diferente em algumas curvas, basta andar um bocadinho mais largo numa curva ou outra para ter mais vibração, e não é fácil navegar neste circuito”, começou por dizer Miguel Oliveira, justificando as duas quedas que não conseguiu evitar no circuito de Austin, onde Marc Márquez ainda não vai estar presente depois da fratura sofrida no Algarve.

Miguel Oliveira regressa à competição no GP das Américas de MotoGP

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estou confiante para amanhã, contente por saber que consigo andar muito mais rápido e trabalhar mais na mota. Errei duas vezes, mas amanhã vou fazer o melhor para compensar. Acho que tenho potencial para chegar à Q2. Aqui, como em todos os circuitos, é importante sair à frente. Mas aqui tenho muito mais oportunidades para ultrapassar”, explicou o português, que este domingo vai cumprir a 200.ª corrida da carreira nas três principais categorias do motociclismo.

Assim, o piloto natural de Almada era forçado a passar pela Q1 para procurar um lugar na mais aliciante Q2. Este sábado, já depois de ter melhorado ligeiramente na terceira sessão de treinos livres com o 12.º tempo mais rápido, Oliveira não conseguiu uma das última duas vagas para a luta pela pole-position: o português da RNF Aprilia chegou a passar temporariamente pela segunda posição e preparava-se para uma derradeira volta rápida quando uma queda do colega de equipa, Raúl Fernández, soltou as bandeiras amarelas e acabou com as hipóteses do piloto. No fim, Johann Zarco e Marco Bezzecchi agarraram as vagas para a Q2, enquanto que Miguel Oliveira foi apenas 5.º na Q1 e garantiu desde logo que vai arrancar de 15.º tanto na corrida sprint deste sábado como no Grande Prémio de domingo.

Pouco depois, na Q2, Pecco Bagnaia conquistou a pole-position ao bater o recorde absoluto em Austin, aproveitando também uma queda de Álex Márquez mesmo na reta final da sessão, e Álex Rins e Luca Marini fecharam a primeira linha da grelha de partida do Grande Prémio das Américas. Seguem-se Márquez, Bezzecchi, Espargaró, Quartararo, Viñales, Zarco, Miller, Binder e Martín.