O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, criticou este sábado a existência de “inércias e inoperâncias” nos programas criados pelo Governo Regional de coligação (PSD,CDS-PP e PPM) para apoiar as famílias e as empresas devido ao aumento da inflação.

“Há um conjunto de inércias e de inoperâncias da parte do Governo Regional”, disse o dirigente socialista, no final de uma reunião do Secretariado Regional do partido, realizada em Ponta Delgada, acrescentando que os socialistas açorianos “gostariam que houvesse um esforço acrescido, da parte do Governo [dos Açores], para ultrapassar essas inoperâncias”.

Vasco Cordeiro deu como exemplo a falta de “respostas atempadas às empresas”, que continuam a aguardar pelos pagamentos dos apoios públicos, e defendeu a necessidade de criar apoios “mais eficazes”, que contribuam efetivamente para ajudar as famílias a ultrapassar este período de crise financeira.

“No caso dos apoios às famílias que têm crédito à habitação, os critérios que foram fixados aqui na região são de tal ordem que funcionam como uma malha muito apertada para as famílias poderem ter esse apoio. E continua a haver essa necessidade”, advertiu.

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No seu entender, os indicadores económicos dos Açores denotam que a inflação continua a aumentar, divergindo da tendência nacional, e justificam que se continue a compensar as famílias e as empresas do arquipélago “para ajudar a passar esta fase”.

Vasco Cordeiro lamentou também que o executivo de direita nos Açores não esteja a conseguir aproveitar todos os fundos comunitários que estão à sua disposição (cerca de três mil milhões de euros entre 2021 e 2027), apelando, por isso, a que não se perca esta oportunidade de investir e de melhorar o arquipélago.

“Preocupa-nos muito que o próprio Governo Regional já diga que, se calhar, a região não tem condições para executar todos os fundos comunitários”, insistiu o líder do PS/Açores, para quem o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro “deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para recuperar os atrasos que se têm verificado.

O dirigente socialista, também ex-presidente do executivo açoriano, alertou ainda para a falta de equilíbrio das finanças públicas regionais, devido ao agravamento do défice e da dívida pública regional, lembrando que “isto não é um fetiche” do PS, mas uma questão fundamental, que está relacionada com a própria autonomia dos Açores.

“Se não conseguimos pagar aquilo que a região decide, se falha esta parte, falha também a nossa capacidade de decisão”, concluiu Vasco Cordeiro.