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"A Quem Possa Interessar": a coleção BPP em exposição no Museu de Serralves como "uma carta endereçada a todos"

Este artigo tem mais de 1 ano

Exposição "A Quem Possa Interessar" pode ser vista no Museu de Serralves até 9 de outubro e conta com mais de 100 obras que integram a coleção do antigo Banco Privado Português.

Exposição "A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta" está disponível no Museu de Serralves até 9 de outubro
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Exposição "A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta" está disponível no Museu de Serralves até 9 de outubro

ESTELA SILVA/LUSA

Exposição "A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta" está disponível no Museu de Serralves até 9 de outubro

ESTELA SILVA/LUSA

É num espaço inspirado nos salons de pintura do século 19, que 111 obras de artistas nacionais e internacionais da Coleção do antigo Banco Privado Português vão estar expostas a partir desta terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto. A exposição “A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta” teve a curadoria de Isabel Braga e de Ricardo Nicolau e conta com obras de artistas considerados incontornáveis no panorama artístico compreendido entre os anos 1960 e a atualidade, sendo que 76 obras vieram da coleção do antigo BPP e 35 estavam no depósito de Serralves.

A mostra conta com obras de artistas que já têm trabalhos integrados no museu, como é o caso da pintora Helena Almeida, de A.R.Penck, Anselm Kiefer, Luc Tuymans, Sol LeWitt e Marlene Dumas, mas também com artistas que são apresentados em Serralves pela primeira vez, como Rosemarie Trockel, Martin Kippenberger, Mike Kelley, Alex Katz e William Kentridge.

É uma coleção que foi pensada tendo em atenção o contexto de Serralves e o facto de haver obras que permitem colmatar algumas lacunas na coleção em termos de nomes de artistas e que permitem fazer uma narrativa das últimas décadas de arte contemporânea. Esta coleção permite também integrar obras de artistas que já estão na Coleção de Serralves e, dessa forma, ter grupos de obras do mesmo artista que ajudem a entender os estilos, as diferenças na produção artística consoante as décadas em que o artista operou”, explica o curador Ricardo Nicolau, numa apresentação aos jornalistas que decorreu esta terça-feira.

O título da exposição “A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta” foi escolhido para indicar que esta é uma mostra que pretende ser para todos, sem um destinatário em específico. ” ‘A quem possa interessar’ é uma expressão normalmente utilizada quando queremos escrever uma carta a alguém que não sabemos exatamente quem é. E qualquer exposição é exatamente isso: é uma espécie de carta que é endereçada a toda a gente e a ninguém em particular”, acrescenta o curador.

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Visita de imprensa à exposição "A Quem Possa Interessar: Uma Coleção, Uma Carta", no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, 02 de maio de 2023. A coleção em questão faz parte da Coleção BPP, do antigo Banco Privado Português. ESTELA SILVA/LUSA

A exposição permite perceber a história em comum que existe entre a Coleção BPP e a Coleção de Serralves

ESTELA SILVA/LUSA

Já sobre a inspiração nos salons de pintura do século XIX, Ricardo Nicolau explica que há um grande número de trabalhos expostos na mesma parede e que as paredes são roxas e verdes, deixando de lado “o branco que caracteriza os museus contemporâneos”. Além disso, a inspiração está também no diálogo entre a sala principal e outros espaços do museu, como os dois pisos do foyer do auditório, onde a exposição continua. Outro dos desafios, refere, foi organizar e selecionar a grande diversidade de obras que integram a Coleção BPP, que em novembro do ano passado passou a ser da tutela do Estado.

Para isso, os curadores optaram por organizar tudo através de categorias e temas que permitissem ao público percorrer um caminho mais abrangente. “Para obras tão diversas, decidimos não afunilar a receção, mas recorrer a categorias como o retrato, a auto-representação, a paisagem, abstração, a geometria… categorias que não parecem nada modernas, no sentido em que não apontam para os temas a que estamos habituados que sejam discutidos hoje pelos museus de Arte Contemporânea”, explica Ricardo Nicolau.

A exposição permite também perceber a história em comum que existe entre a Coleção BPP e a Coleção de Serralves: “A primeira direção artística do Museu de Serralves [Vicente Tudolí e João Fernandes] teve com a comissão de compras da Coleção BPP uma relação próxima, sugerindo a incorporação de determinadas obras e assegurando o seu depósito em Serralves”, esclarece a nota de apresentação desta mostra, acrescentando que a apresentação desta coleção e o seu futuro depósito em Serralves “sinaliza não só o continuado apoio do Estado português à Fundação, mas também o reconhecimento de que aquele conjunto de obras encontra aqui a sua casa natural, já que foi parcialmente constituído atendendo aos mesmos critérios que norteavam as aquisições para a Coleção de Serralves”.

A exposição “A Quem Possa Interessar: uma coleção, uma carta” é inaugurada esta terça-feira, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, e vai estar disponível até 9 de outubro deste ano.

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