Um projeto liderado pela Universidade de Coimbra (UC) e que reúne 18 entidades de oito países europeus vai receber 9,5 milhões de euros, durante cinco anos, para combater a obesidade em crianças e jovens.

Intitulado “Pas Gras” (não gorduroso em tradução literal), o projeto visa a “redução de riscos metabólicos, determinantes ambientais e comportamentais da obesidade em crianças, adolescentes e jovens adultos” e é coordenado por Paulo Oliveira, investigador e vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC/UC), explicou a Universidade de Coimbra em comunicado enviado à agência Lusa.

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Financiado pelo Horizonte Europa — programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia — , o “Pas Gras” pretende “desenvolver, ao longo de cinco anos, estratégias interdisciplinares de investigação e inovação capazes de mudar o paradigma da prevenção e do tratamento da obesidade, fornecendo soluções práticas para uma vida saudável na sociedade contemporânea”.

Ainda segundo a UC, a investigação “vai clarificar o papel do estilo de vida, saúde mental, fatores familiares, socioeconómicos e do ambiente no desenvolvimento da obesidade, e a sua interação com as características genéticas e metabólicas de cada indivíduo”.

Com base na análise integrada daqueles múltiplos parâmetros, a Universidade de Coimbra argumentou que será possível “elaborar uma avaliação personalizada e robusta do risco acrescido de sofrer de obesidade e complicações associadas, que incluem, por exemplo, problemas cardiovasculares”.

O estudo terá como públicos-alvo crianças entre os 3 e os 9 anos, adolescentes entre os 10 e os 18 anos e jovens adultos até aos 25 anos, bem como as respetivas famílias, com excesso de peso ou obesidade.

“Paralelamente, o projeto vai estudar mecanismos celulares e moleculares subjacentes ao efeito protetor de componentes da dieta mediterrânica e atividade física. Além disso, vai criar uma campanha internacional que visa o aumento da literacia em saúde e a sensibilização da sociedade para os riscos da obesidade”, frisou a UC.

Citado na nota, o investigador Paulo Oliveira acrescentou que o projeto “vai preencher lacunas críticas no diagnóstico e prognóstico da obesidade e proporcionar um conjunto de ferramentas inovadoras e medidas que possam contribuir para adotar e manter escolhas de estilo de vida” que a contrariem.

Em Portugal, para além da Universidade de Coimbra (representada pelo consórcio Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, que integra o CNC-UC, o Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra e o Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra), são entidades parceiras a Universidade Nova de Lisboa, Associação de Ginástica do Centro, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, o Instituto Pedro Nunes e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

A nível internacional, participam no projeto o Conselho Nacional das Pesquisas e Universidade de Bari (Itália), três entidades alemãs (Mediagnost, Universidade de Martin Luther Halle-Wittenberge e a Universidade Técnica de Munique), a Sociedade Europeia de Investigação Clínica (Países Baixos), Fundação EURECAT (Espanha), o Instituto Nencki de Biologia Experimental (Polónia), o King’s College de Londres (Reino Unido), a Universidade de Uppsala (Suécia).