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Camisolas rosa, gritos e caracóis em A-dos-Francos para ver João Almeida

Este artigo tem mais de 6 meses

Na terra que viu nascer o atleta português, família e amigos juntaram-se na associação para gritar pelo camisola branca do Giro de Itália: "Mesmo com o terceiro lugar, o João é o nosso maior orgulho".

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Diana Rosa

Diana Rosa

Perto das três da tarde começaram a chegar os apoiantes de João Almeida para assistir ao contra-relógio da 20.ª etapa da volta italiana. Avós maternos e paternos chegaram juntos, de braços dados, vestidos com T-shirts cor-de-rosa onde se podia ler: “Força João Almeida, A-dos-Francos está contigo”. Os quatro deambularam pelas salas da Sociedade de Instrução Musical Cultura e Recreio cumprimentando aqueles que já se tinham instalado para ver o neto pôr o pé no pedal e subir a montanha italiana naquela que era a prova decisiva para a classificação final do Giro.

“Por enquanto ainda conseguimos falar consigo, mas daqui a pouco, quando o João arrancar, não vamos tirar os olhos do ecrã, está bem?”, pergunta a avó Luísa ao Observador enquanto vai acenando àqueles que já estão sentados com pratos de caracóis, amendoins, e os mais variados petiscos típicos.

Família e amigos de João Almeida a assistir à 20ª etapa do Giro

Passada uma hora, em frente a um dos ecrãs, estão conterrâneos de João Almeida a ver atentamente a prestação do atleta. Enquanto pegam em palitos e picam as iguarias que compõem as mesas da esplanada, uns dizem que João está a ir muito bem e que ainda poderá vencer, outros não têm assim tanta esperança: “Ele ontem portou-se um bocadinho mal, perdeu demasiado tempo”, lamenta um dos espectadores. Todos acreditam no pódio, mas alguns duvidam da vitória. São cerca de 40 minutos de expectativa até saber o resultado mas, seja qual for, “o nosso campeão vai ser recebido em força cá na terra e já é um vencedor”, vão dizendo os amigos.

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O fã de massa com frango, criado pela avó e que motiva os mais novos a andar de bicicleta

Nascido nesta vila do Oeste, no concelho das Caldas da Rainha, foi cedo que João Almeida pisou os pedais de uma bicicleta pela primeira vez. “Ele sempre gostou, mas ao início era por brincadeira”. O que é certo é que o atleta, hoje com 24 anos, recorria até a uma pequena chantagem com os avós quando era convidado a ir de férias com eles, na altura do verão: “Avó, vou contigo mas tenho de levar a bicicleta”, recorda Luísa Gonçalves, que adianta que João só não imaginava que um dia seria atleta profissional: “Para ele era só um passatempo, até entrar no BTT”.

Tímido e caseiro, desde sempre que João Almeida foi muito próximo da família, principalmente desta avó que o levava aos treinos e à escola enquanto os pais estavam a trabalhar. Quando começou a participar em provas de BTT começaram também as preocupações com um miúdo tão jovem mas que já tinha uma agenda bem definida: “Às vezes eram onze da noite e nós preocupadíssimos. Muitas vezes fazia chuva e frio e o João não aparecia”.

Estátua em homenagem a João Almeida, na rotunda de A-dos-Francos

Diana Rosa

O atleta de A-dos-Francos continua a viver na terra onde nasceu e, apesar de já não o levar à escola, a avó Luísa continua a fazer parte das rotinas do neto, quanto mais não seja para lhe preparar as refeições. João não é esquisito. O prato preferido? Massa com frango: “Ele gosta da comida feita na altura. Quando sai de manhã para treinar diz-me que volta às quatro e meia da tarde, e a essa hora bate-me à janela e eu preparo-lhe o almoço”, conta Luísa orgulhosa, enquanto assiste à prova do neto a partir das imagens que chegam de Itália, pela televisão.

A tia Aida está sentada na mesa do lado, e completa aquelas que são as rotinas do ciclista atualmente: “Acorda muito cedo, toma o pequeno-almoço e vai correr quatro ou cinco horas. Só depois é que vai a casa da avó almoçar”. A comida tem de compor o prato nas quantidades certas, uma vez que tem cuidado máximo com a alimentação e com a forma física. À noite, deita-se muito cedo.

Sentados perto da família estão amigos que partilharam aulas, brincadeiras na rua e viram João Almeida crescer. Rosa Silva, por aqui considerada a fã nº1 do atleta, descreve o que sente pelo jovem de 24 anos: “É o nosso menino de ouro… humilde, não nega as suas raízes, e por mais que cresça olho para ele sempre como um pequeno gigante. É um lutador e uma pessoa fantástica”. Rosa sublinha ainda a importância que João Almeida tem desempenhado nesta terra para atrair os mais novos para o desporto, apadrinhando inclusivamente associações locais de ciclismo.

Terceiro lugar: Uma vitória para A-dos-Francos, que prepara a chegada do atleta com mousse

“Acreditamos sempre até ao fim que o primeiro lugar é possível, mas o terceiro lugar é ótimo e é uma grande vitória, é o maior!”, enaltece a tia Florbela que garante acompanhar o atleta em todas as provas, principalmente nas nacionais, em que não abdicam de estar presentes, com camisolas alusivas ao sobrinho e bandeiras de Portugal. E quando não pode, faz questão de “estar no trabalho com as aplicações ou a internet ligada para ver tudo em direto”.

2 fotos

Agora, prepara-se o regresso de João Almeida a Portugal, na segunda-feira: “Ainda estamos a ver se conseguimos ir buscá-lo ao aeroporto, a Lisboa, e quando chegarmos aqui vai haver festa rija”, conta a tia Florbela, que já está a pensar no grande jantar em família e amigos para receber o jovem em A-dos-Francos nos próximos dias.

“Vamos recebê-lo com muito amor, muito carinho e muito orgulho”. E agora é olhar para a frente, para as provas nacionais. “A luta não pára”, lembra o tio Rúben. E nesse jantar de celebração pelo lugar no pódio italiano, a mesa vai ser recheada, dezenas de cadeiras vão estar ocupadas com quem João Almeida mais gosta. E, além do orgulho, o que é que não pode faltar, tia Aida?: “Ele adora mousse de chocolate, e essa não falta à mesa”.

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