Qual é o maior número de palavras possível que se consegue dizer em três minutos de uma vaia que partia de praticamente todas as vozes que compunham o court Suzanne Lenglen? As resposta está no curto discurso que Taylor Fritz foi capaz de fazer logo após vencer Arthur Rinderknech na segunda ronda de Roland Garros. “As bancadas estiveram tão bem, honestamente… Deixaram-me aquecer, apoiaram-me tanto que tive que ter a certeza de que ganhava”. O pouco espaço que faltou para uma resposta mais longa foi compensado pela ironia na resposta à única pergunta que lhe foi possível fazer.

Terminado o jogo em que Fritz eliminou o último de 28 franceses em competição (2-6 6-4 6-3 6-4.), o norte-americano fez questão de mandar calar as bancadas que já lhe atiravam apupos. Ao longo das praticamente três horas de encontro, o número 8 do ranking mundial enfrentou a ira do público da casa. Apesar de ter perdido o primeiro set, Fritz acabou por avançar para a terceira ronda, onde vai defrontar Francisco Cerúndolo.

O antigo tenista, John McEnroe, apreciou a atitude de Taylor Fritz. “Adorei”, comentou na Eurosport. “Pode ser extremamente intimidante, mas também pode ser muito inspirador. Podes usar esse combustível negativo a teu favor”, disse o tenista que venceu sete vezes Roland Garros em relação à atitude adversa do público. “Acho que Taylor estava à altura da ocasião. É um jogador melhor do que Rinderknech na minha opinião, não acho que seja uma grande surpresa ele ter vencido aquele jogo”.

“Gosto de ver um pouco de confronto”, continou McEnroe. “Como o Daniil Medvedev no US Open”. Nessa ocasião, o russo teve uma atitude semlhante a Fritz, pedindo silêncio aos adeptos. Por força do acaso, Fritz e Medvedev treinaram juntos na preparação de Roland Garros. Medvedev foi eliminado na primeira ronda do Grand Slam francês pelo brasileiro Thiago Seyboth Wild.

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