A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou, esta segunda-feira, a constituição de uma “equipa integrada por cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária” que estarão em “regime de exclusividade até à conclusão da investigação” da operação Tutti Frutti. No início do mês, Lucília Gago, procuradora-geral da República, já tinha reconhecido a existência de atrasos, relacionado-os com a “falta de recursos”.

Procuradora-geral da República justifica atrasos no caso “Tutti Frutti” com “falta de recursos”

Agora, num comunicado enviado às redações, a PGR revelou também que a equipa “será apoiada permanentemente por um especialista de perícia científica adstrito às pesquisas informáticas, encontrando-se ainda prevista a colaboração de um magistrado do MP especializado em direito administrativo e direito de contratação pública, na vertente autárquica”.

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“O inquérito tem por objeto factualidade de grande sensibilidade e evidente repercussão social, avultando a tecnicidade da matéria, a natureza e volume das diligências já realizadas e das que importará ainda realizar e a qualidade e funções das pessoas visadas, tendo sido declarada a sua excecional complexidade”, justificou a PGR, que almeja a “célere conclusão da investigação”.

Até ao momento, de acordo com a PGR, o inquérito já tem “38 volumes processuais e 72 apensos com cerca de 560 volumes”, assim como um extenso acervo, “o que impôs a adoção de tais medidas”.

Para além disso, a PGR prevê que, no final de 2023, haja uma “reavaliação da situação”, apurando como é que a investigação se desenvolve, assim como avaliará que “diligências” foram realizadas e aquelas que ainda “importará realizar, ao prazo previsível para o encerramento do inquérito, bem como sobre a adequação dos meios, humanos ou técnicos alocados à investigação”.

Notícias divulgadas este mês pela TVI/CNN denunciam uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

Buscas realizadas na Câmara de Lisboa relacionadas com processo “Tutti-frutti”, diz PGR

De acordo com a TVI/CNN, que cita uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, Fernando Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso “Tutti Frutti”. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.